Brasil se despede da Copa sob vaias e com derrota
13 de julho de 2014A seleção brasileira se despediu da Copa do Mundo neste sábado (12/07) sob vaias, gritos de "olé" e com uma derrota por 3 a 0 para a Holanda, ques sem qualquer resistência, deixou o Estádio Mané Garrincha com a terceira colocação.
Os gols de Van Persie, De Guzman e Wijnaldum deram à já pífia campanha brasileira contornos ainda mais vexatórios. E tornaram Júlio César o goleiro mais vazado da história da Seleção nas Copas, com 14 gols sofridos.
"É um sentimento de frustração. A gente sonhou com esse momento, nós ficamos noites sem dormir. E acabamos dessa forma", afirmou o capitão Thiago Silva. "A gente não merecia que terminasse assim. Temos que pedir desculpa ao povo. É normal que nos tenham vaiado."
A Seleção amargará agora a sua pior colocação no ranking da Fifa após uma Copa, fruto de uma campanha que em nenhum momento convenceu: desde a estreia contra a Croácia, vencida com um erro crasso da arbitragem, passando pelos empates com México e Chile, chegando à impiedosa goleada alemã. Um aproveitamento de 52%, o pior em 40 anos.
O jogo
As vaias da torcida a Fred e Felipão antes de a bola rolar deram lugar a aplausos e gritos de apoio na entrada do time em campo. Mas não demorou até o balde de água fria: aos dois minutos, Thiago Silva derrubou Robben na área, num lance claro de expulsão.
O juiz apitou pênalti, convertido com precisão por Van Persie, e optou por dar apenas o amarelo ao capitão brasileiro. Na base da vontade, a seleção brasileira logo se lançou ao ataque tentando reagir, mas esbarrou na falta de qualidade e entrosamento de um time que jamais jogou junto.
Com Neymar assistindo à partida do banco de reservas, Felipão pôs em campo um time com seis alterações em relação à semifinal: Maxwell, Paulinho, Ramires, Willian e Jô, além de Thiago Silva, que estava suspenso contra a Alemanha. As mudanças não surtiram efeito, e aos 16 minutos uma goleada holandesa se anunciava.
Após cruzamento, David Luiz cortou a bola para o meio da grande área, onde estava Blind, que ajeitou com tranquilidade e chutou na saída do goleiro Júlio César para fazer 2 a 0. Com 20 minutos, o Brasil ainda não havia finalizado a gol.
Oscar foi o que mais tentou na primeira etapa, mas o mais perto que o Brasil chegou do gol da Holanda foi, novamente, em bolas aéreas. A Seleção tinha mais posse de bola (59%), mas atacava de forma desordenada – e se defendia de forma mais desorganizada ainda. E foi para os vestiários sob vaias sonoras das arquibancadas.
Na volta para o segundo tempo, Scolari trocou Paulinho e Luiz Gustavo por Hernanes e Fernandinho. E a partida ficou mais equilibrada, ainda que mais por conta da Holanda, sem o mesmo ímpeto do primeiro tempo, do que por mérito brasileiro.
Aos 23, Oscar, o melhor em campo do lado brasileiro, sofreu pênalti em jogada individual, mas o juiz viu simulação e deu cartão amarelo ao meia. Felipão ainda pôs Hulk em campo, porém a Holanda continuou com o controle total da partida.
Nos minutos finais, a torcida ainda ensaiou gritos de "olé" quando os holandeses tinham a bola. E viu Wijnaldum, já nos acréscimos, fazer o 14º sofrido pelo goleiro Júlio César no Mundial. As vaias que se anunciavam durante todo o segundo tempo ganharam então força, marcando o tom da melancólica despedida brasileira.
Ficha técnica
Brasil 0 x 3 Holanda
Local: Estádio Nacional, Brasília
Arbitragem: Djamel Haimoudi (Argélia) auxiliado por Redouane Achik (Marrocos) e Abdelhak Etchiali (Argélia).
Gols: Robin van Persie (2'/1T), Daley Blind (16'/1T), Georginio Wijnaldum (45'/2T)
Cartões amarelos: Thiago Silva (2'/1T), Arjen Robben (8'/1T), Jonathan De Gúzman (35'/1T), Fernandinho (8'/2T), Oscar (24'/2T)
Brasil: Júlio César; Maicon, Thiago Silva, David Luiz, Maxwell; Luiz Gustavo (Fernandinho 1'/2T), Paulinho (12'/2T), Ramires (Hulk 27'/2T), Oscar, Willian; Jô. Técnico: Luiz Felipe Scolari.
Holanda: Jasper Cillessen (Michel Vorm 48'/2T); Dirk Kuyt, Ron Vlaar, Stefan De Vrij, Bruno Martins Indi, Daley Blind (Daryl Janmaat 25'/2T); Georginio Wijnaldum, Jonathan De Gúzman, Jordy Clasie (Joel Veltman 45'/2T); Arjen Robben e Robin van Persie. Técnico: Louis van Gaal.