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Opas prevê 88 mil mortes por covid-19 até agosto

26 de maio de 2020

Organização Pan-Americana da Saúde projeta aumento exponencial dos óbitos e confirma América do Sul como novo epicentro da pandemia. Entidade também não recomenda uso da cloroquina no combate ao coronavírus.

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Brasil poderá ter mais de 88 mil mortes por covid-19 até 4 de agosto, prevê a Organização Pan-Americana de Saúde
Brasil poderá ter mais de 88 mil mortes por covid-19 até 4 de agosto, prevê a Organização Pan-Americana de Saúde Foto: Getty Images/AFP/M. Dantas

A Organização Pan-Americana da Saúde (Opas) divulgou nesta terça-feira (26/05) uma projeção do número de mortes pelo novo coronavírus no Brasil, segundo a qual o país poderá ter 88,3 mil óbitos até o dia 4 de agosto.

"Estamos preocupados com o fato de que o número de casos no Brasil na semana passada ter sido o mais alto num período de sete dias. Tanto o Peru quanto o Chile também relataram uma alta incidência, sinal de que a transmissão está se acelerando nesses países", afirmou a diretora-geral da Opas, Carissa Etienne.

"Modelos têm limitações", observou Etienne. "Eles são, primariamente, ferramentas para prever cenários em situações complexas. Eles nunca devem ser levados em conta literalmente. Situações podem ser alteradas com base na resposta em particular em qualquer país."

No caso do Peru, o segundo país mais atingido pelo coronavírus na América do Sul, o modelo previa que o país teria 13 mil mortes até o início de agosto. A epidemia em Cuba apresenta tendência de queda, enquanto não há registros de novos casos em ilhas menores do Caribe, segundo a Opas.

"A questão no Brasil é aumentar a quantidade de testes. A situação do Brasil não vai melhorar na próxima semana. Ainda há um longo caminho a seguir", observou afirmou Marcos Espinal, diretor do Departamento de Doenças Transmissíveis da Opas.

A Opas reforçou ainda que também não recomenda o uso da cloroquina e sua derivada, a hidroxicloroquina, no tratamento da covid-19. Dessa forma, a entidade pan-americana corroborou o alerta feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS) contra o uso desses medicamentos, após um estudo internacional que alertou para o aumento do risco de morte nos pacientes. A organização avalia que América do Sul é, de fato, o novo epicentro da pandemia, assim como já havia afirmado a OMS.

Outra projeção para o Brasil feita pelo Instituto de Métricas e Avaliação em Saúde (IHME) da Universidade de Washington, traz números ainda mais assustadores. Inicialmente, o IHME também apontava uma previsão de 88,3 mil mortes até o dia 4 de agosto. Mas, após o aumento exponencial de casos e mortes no país, a estimativa passou a ser de 125 mil óbitos.

Segundo o instituto americano, o pico das mortes diárias no Brasil deve ocorrer no dia 13 de julho, quando o país poderá ter 1.526 óbitos. Até o momento, o Brasil tem mais de 374 mil casos e 23,4 mil mortes, segundo dados compilados pela Universidade Johns Hopkins, nos EUA.

RC/ots

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