Brasil, junho de 2013
Protestos começaram de forma tímida contra o aumento de tarifas nos transportes públicos em São Paulo, mas rapidamente se espalharam por todo o país. Com o tempo, causas se tornaram cada vez mais abrangentes.
Contra o aumento de tarifas
Os protestos começaram a chamar a atenção em 13 de junho, quando policiais militares tentaram dispersar um ato de estudantes contra o reajuste das passagens do transporte público em São Paulo. Fora do Brasil, a imprensa internacional destacou a truculência da polícia e chamou a atenção para o clima de insegurança.
Vaias em casa
O início da Copa das Confederações contribuiu para o acirramento dos ânimos. Os gastos com a Copa do Mundo já eram motivo de indignação. Em 15 de junho, na cerimônia de abertura do evento no Estádio Mané Garrincha, em Brasília, a presidente Dilma Rousseff foi vaiada seguidas vezes. Ao seu lado, o presidente da Fifa, Joseph Blatter, pediu "fair play" ao público e também acabou hostilizado.
Violência nas ruas
O clima se acirrou no dia 17 de junho, quando dezenas de milhares de pessoas foram às ruas de grandes cidades de todo o país. No Rio de Janeiro, manifestantes tentaram ocupar o Palácio Tiradentes, prédio da Assembleia Legislativa.
Cenas históricas
Mais de 200 mil pessoas protestaram nas ruas de grandes cidades do país no dia 17 de junho. Em Brasília, manifestantes renderam imagens históricas ao ocuparem o teto de uma das cúpulas do Congresso Nacional.
A "voz das ruas"
Em cerimônia no Palácio do Planalto no dia 18 de junho, a presidente Dilma Rousseff afirmou: "A grandeza das manifestações comprova a energia da nossa democracia, a força da voz da rua e o civismo da nossa população". Nas ruas, a maioria dos protestos foi pacífica, mas acabou em saques e confrontos em algumas cidades, como São Paulo, Rio de Janeiro e Porto Alegre.
Vitória dos manifestantes
Após dias de protestos e confrontos, as prefeituras do Rio de Janeiro e de São Paulo anunciaram, quase simultaneamente, a revogação do aumento no preço das passagens. O anúncio se deu um dia após uma das mais violentas manifestações em São Paulo, quando o prédio da prefeitura sofreu tentativa de invasão.
Aumenta adesão aos protestos
Apesar da revogação do reajuste da tarifa, mais de um milhão de pessoas foram às ruas no dia 20 de junho. A mobilização se dizia contra o alto custo de vida, falhas nos sistemas estruturais do país e gastos excessivos com eventos esportivos internacionais no Brasil. Uma primeira morte foi registrada, em Ribeirão Preto (SP), onde um jovem foi atropelado por um carro que avançou sobre a multidão.
Mensagem ao povo
No primeiro pronunciamento nacional desde o início das manifestações no Brasil, a presidente da República defendeu no dia 21 de junho um pacto nacional para melhorar os serviços públicos e atribuiu a violência nos protestos a uma minoria. Ela também prometeu receber os líderes dos movimentos.
Brasileiros nas ruas no exterior
Protestos foram registrados também entre brasileiros no exterior. Na Alemanha, o maior protesto aconteceu em Colônia (foto), a quarta maior do país e onde mora uma das maiores comunidades de brasileiros em solo alemão.
Impulso para reformas
Câmara e Senado realizaram votações de projetos polêmicos, como a PEC 37, o destino a ser dado aos royalties do petróleo brasileiro e a transformação em crimes de corrupção em hediondos. Também foi preparada uma consulta popular sobre a reforma política, que acabou sendo votada em outubro de 2017. Já a lei do crime hediondo ainda não saiu do papel.
Protestos difusos
Após o fim da Copa das Confederações, já em julho, as manifestações, que chegaram a levar mais de 1 milhão de pessoas às ruas do país, se ramificaram e acabaram perdendo força. Os atos, em sua maioria pacíficos, passaram a ser com causas mais pontuais e mais setorizadas.