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Brasil e Índia fecham acordos bilaterais

25 de janeiro de 2020

Biocombustível, tecnologia, petróleo e gás natural estão entre as áreas beneficiadas pelos tratados. Convite para visita de Bolsonaro em data nacional indiana provoca críticas ao governo do país.

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Bolsonaro com primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi
Bolsonaro com primeiro-ministro da Índia, Narendra ModiFoto: Getty Images/AFP/J. Samad

O presidente Jair Bolsonaro e o primeiro-ministro da Índia, Narendra Modi, assinaram neste sábado (25/01), em Nova Déli, 15 acordos de parceria entre os dois países nas áreas de biocombustíveis e cibersegurança.

Bolsonaro e Modi se reuniram para analisar como ampliar a aliança estratégica e incrementar os 6 bilhões de dólares que atualmente a Índia investe no Brasil, e o 1 bilhão de dólares que o Brasil investe na Índia.

"Fico feliz que conseguimos firmar importantes acordos hoje sobre bioenergia, cibersegurança, segurança social, ciência e tecnologia, petróleo e gás natural", afirmou o primeiro-ministro indiano, logo após a assinatura dos memorandos.

A Índia comprou 1,6 bilhão de dólares em petróleo no ano fiscal de 2018-2019, um valor menor ao gasto com a importação junto a Venezuela, segundo dados do Ministério do Comércio do país asiático.

A visita oficial de Bolsonaro à Índia, que começou nesta sexta-feira e termina na segunda-feira, coincide com o Dia da República indiano, neste domingo, que celebra a aprovação da Constituição, em 1950. As cerimônias incluem um desfile militar, para o qual o presidente brasileiro é convidado de honra.

A visita de Bolsonaro durante a data provoca controvérsia desde novembro, quando o governo indiano anunciou que o chefe de governo brasileiro seria o principal convidado nas cerimônias do Dia da República.

"As ações dele no Brasil e no cenário global são diretamente contra o próprio espírito da Constituição indiana que celebramos no Dia da República", escreveu Binoy Viswam, deputado do Partido Comunista da Índia, em uma carta ao primeiro-ministro indiano, segundo a agência de notícias Ians. Viswam disse que não vai participar das celebrações.

"Não podemos ter um misógino, homofóbico e negador da mudança climática, assassino das florestas da Amazônia e de seus povos indígenas, um homem que acha que o estupro é cool como nosso convidado principal em um dia tão auspicioso quanto o Dia da República", escreveu no Twitter o ativista dos direitos humanos Hansraj Meena.

Atualmente, as trocas comerciais entre os dois membros dos Brics (Brasil, Rússia, Índia, China e África do Sul), segundo dados oficiais do governo indiano, correspondeu no exercício fiscal de 2018-2019 a 8,2 bilhões de dólares, com uma balança favorável ao Brasil.

MD/dpa/efe/ap

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