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EducaçãoBrasil

Irmã de Paulo Guedes é nomeada para órgão ligado ao MEC

9 de novembro de 2022

Nomeação ocorre a dois meses do fim do atual governo. Beth Guedes preside associação que atua pelos interesses do ensino superior privado e terá mandato de quatro anos no colegiado.

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Presidente Jair Bolsonaro e Ministro da Economia, Paulo Guedes
Presidente Jair Bolsonaro e Ministro da Economia, Paulo GuedesFoto: Marcos Corrêa/PR/CC BY 2.0

A dois meses do fim do seu governo, o presidente Jair Bolsonaro nomeou nesta terça-feira (08/11) a irmã do ministro da Economia, Paulo Guedes, Elizabeth Regina Nunes Guedes, para integrar o Conselho Nacional de Educação (CNE), órgão vinculado ao Ministério da Educação.

A empresária é atualmente presidente da Associação Nacional das Universidades Particulares (Anup) e terá um mandato de quatro anos. Ela, que atua pelos interesses do ensino superior privado, foi escolhida para integrar o órgão que tem entre suas atribuições a aprovação de novos cursos.

A nomeação foi publicada no Diário Oficial da União (DOU) desta terça e assinada por Bolsonaro e pelo ministro da Educação, Victor Godoy Veiga.

Críticas ao governo Bolsonaro

Em abril passado, Elizabeth criticou a gestão de Bolsonaro, dizendo que a educação não é prioridade do governo. Ela afirmou que a temática "não é considerada uma política de Estado".

"A educação tem sido relegada, e nós temos, no Brasil inteiro, milhões de jovens fora da escola, milhões de meninos que ainda não conseguiram acesso às creches e isso não é considerado importante e prioritário para o governo atual", acusou.

Além de Elizabeth, outras oito pessoas foram nomeadas para o CNE, que é formado por 24 membros e dividido em duas câmaras, a de educação básica e a de educação superior. O órgão tem como atribuição auxiliar o MEC na formulação e na avaliação da política nacional de educação.

PT cogita revogação

Segundo o jornal Folha de S. Paulo, o ato não foi bem recebido pela equipe do governo eleito. O ex-ministro da Educação Fernando Haddad (PT) disse que avalia revogar a lista, lembrando que há precedentes, como em 2016. Na época, quando Michel Temer (MDB) assumiu o país após o impeachment de Dilma Rousseff (PT), o MEC revogou parte de uma lista de indicações que havia sido definida nos últimos dias do governo petista.

Como presidente da Anup, Beth Guedes, como é conhecida, comanda uma das entidades que atuam a favor do setor em questões de regulação junto ao governo. Ela representa na Anup a Fameg (Faculdade de Medicina de Garanhuns), instituição que integra a Afya, gigante do setor de cursos de medicina, idealizada por Paulo Guedes antes de assumir o cargo no governo Bolsonaro.

md (ots)