Bolsonaro indica Roberto Campos Neto para o Banco Central
15 de novembro de 2018O presidente eleito Jair Bolsonaro (PSL) indicou nesta quinta-feira (15/11) o economista Roberto Campos Neto para comandar o Banco Central (BC). O convite partiu de Paulo Guedes, futuro ministro da Economia.
Atualmente, Campos Neto, de 49 anos, é executivo do banco Santader, responsável pela tesouraria. Ele estudou economia na Universidade da Califórnia, Estados Unidos, e já trabalhou no banco Bonzano Simonsen e na gestora de fundos Claritas.
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Neto do ex-ministro do Planejamento Roberto Campos, que comandou a pasta entre 1964 e 1967, durante a ditadura militar, o indicado é próximo de Guedes e já era cotado para o cargo. Seu nome surgiu após o atual presidente do Banco Central, Ilan Goldfajn, confirmar que deixará a instituição no fim do ano.
A indicação de Campos Neto precisa, porém, ser aprovada pelo plenário do Senado, após uma sabatina na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) da Casa.
O Congresso debate atualmente um projeto de independência do Banco Central, que é hoje uma autarquia vinculada ao Ministério da Fazenda. A proposta de autonomia é defendida tanto por Goldfajn quanto por Guedes.
Defensores do projeto argumentam que a autonomia diminuiria a possibilidade de ingerência política da instituição, principalmente, sobre as decisões relacionadas à taxa básica anual de juros, a Selic, e na supervisão do sistema financeiro.
A principal função do Banco Central atualmente é controlar a inflação. O banco também monitora a interferência de empresas nos mercados de capital e financeiro e fiscaliza instituições financeiras. O BC é ainda responsável pela política cambial, executadas através de intervenções no mercado.
A proposta de autonomia prevê mandatos fixos para presidentes e diretores do Banco Central.
A equipe econômica de Bolsonaro anunciou também que o atual secretário do Tesouro, Mansueto de Almeida, continuará no cargo.
Além dos dois indicados desta quinta-feira, a equipe econômica de Guedes conta ainda com o ex-ministro de Dilma Rousseff Joaquim Levy no comando do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES).
CN/ots
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