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Bolsonaro enviará Mourão para a posse de Fernández

9 de dezembro de 2019

Depois de anunciar Osmar Terra, presidente decide mandar vice para cerimônia de troca de governo na Argentina. Essa é a primeira vez desde 2003 que chefe de Estado brasileiro não vai à posse de presidente argentino.

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Hamilton Mourão
Mourão disse que ida à posse de Fernández é gesto para que relações entre países voltem ao normalFoto: Getty Images/AFP/N. Almeida

O presidente Jair Bolsonaro decidiu nesta segunda-feira (09/12) enviar o vice, Hamilton Mourão, para representá-lo na posse do novo mandatário da Argentina, Alberto Fernández, que vai ocorrer nesta terça-feira.

A decisão foi confirmada ao jornal Folha de S.Paulo pelo porta-voz da Presidência, Otávio Rêgo Barros, e ao G1 pelo próprio Mourão. "É um gesto do presidente para que as relações voltem ao normal. Vou tentar embarcar ainda hoje", disse o vice ao blog do Valdo Cruz do G1.

Logo após a eleição de Fernández, Bolsonaro já havia avisado que não pretendia ir à posse do novo presidente. Inicialmente foi cogitada a ida de Mourão ao evento, que negou essa possibilidade e disse que o ministro da Cidadania, Osmar Terra, havia sido escalado como representante do Brasil. 

Depois do presidente da Câmara, Rodrigo Maia, ter se reunido com Fernández em Buenos Aires na semana passada, Bolsonaro havia desistido de mandar um representante à cerimônia, mas voltou atrás e decidiu que Mourão deve representá-lo.

Com a decisão, Bolsonaro rompe com uma tradição estabelecida entre os dois países. Essa é a primeira vez desde 2003 que um presidente brasileiro não participa da posse de um novo mandatário da Argentina.

Antes mesmo da vitória de Fernández, no final de outubro, Bolsonaro já havia lançado ataques contra o argentino, cuja chapa foi classificada pelo brasileiro como sendo formada por "bandidos de esquerda" – a ex-presidente Chistina Kirchner é vice de Fernández. Bolsonaro ainda fez campanha aberta pela reeleição do atual presidente, Mauricio Macri, que acabou sendo derrotado.

Um dia após a eleição de Fernández, Bolsonaro evitou parabenizá-lo e ainda disse que "os argentinos escolheram mal". O brasileiro também chegou a levantar a possibilidade de suspender a Argentina do Mercosul.

Após ser alvo de uma série de ataques de Bolsonaro, Fernández passou a reagir, também com provocações. Depois de sua vitória, ele agradeceu publicamente uma carta de felicitações enviada pelo ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva e posou para uma fotografia fazendo um gesto associado à campanha Lula Livre.

CN/ots

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