Bismarck, um mito alemão
Ele foi uma figura política central do século 19, fundador do Império Alemão em 1871. Ao mesmo tempo conservador e moderno, "chanceler de ferro" Otto von Bismarck permanece controverso, 200 anos depois de seu nascimento.
Proclamação do Império Alemão
De branco, bem no centro desta tela de Anton von Werner, Otto von Bismarck (1815-1898) está no auge de sua carreira política. Trata-se da sagração do imperador Guilherme 1º, em 18 de janeiro de 1871. O Império Alemão era proclamado justamente no salão dos espelhos do Palácio de Versalhes, na França. As relações teuto-francesas permanecerão tensas por décadas.
Controvérsia de longa data
Bismarck é citado entre as maiores personagens da Alemanha, lado a lado com Johann Sebastian Bach, Martinho Lutero e Johann Wolfgang von Goethe. No entanto, sobretudo depois do fim da Segunda Guerra Mundial, em 1945, discutiu-se muito sobre o papel histórico de Bismarck. "Na verdade, seu grande dom era a mais alta diplomacia e a moderação", defende o biógrafo Hans-Christof Kraus.
Honras por todos os lados
Por todo o mundo, mais de 10 mil locais trazem seu nome. Somente na Alemanha, 700 ruas são batizadas "Otto von Bismarck", da mesma forma que 146 torres e 97 monumentos em homenagem ao fundador e primeiro chefe de governo do "Reich". Na cidade de Gelsenkirchen, no oeste alemão, todo um bairro é dedicado ao "chanceler de ferro".
"Chanceler de ferro"
"O único fundamento saudável de um grande Estado – e nisso ele se distingue essencialmente de um pequeno Estado – é o egoísmo estatal e não o romantismo, e não é digno de um grande Estado brigar por uma coisa que não seja de seu próprio interesse", declarou em seu primeiro grande discurso parlamentar, em 1850. No desenho, Bismarck e Napoleão 3º, após a tomada de Sedan, 1870.
Modernizador do Estado
Bismarck é celebrado como pai da seguridade social. A partir de 1883, o "Reich" dispõe de um seguro saúde; um ano depois, contra acidentes; em 1889 introduz-se o seguro aposentadoria e de invalidez. O princípio do financiamento paritário dos seguros sociais, pelo trabalhador e seu empregador, vale até hoje na Alemanha, tendo sido adotado por muitos países.
Aposentadoria no campo
Nascido numa família de "junkers", aristocracia latifundiária prussiana, Otto von Bismarck retornou ao campo ao se aposentar da vida política. Amargurado pelo fim forçado de sua gestão como "reichskanzler", retirou-se a sua residência em Friedrichsruh, próximo a Hamburgo, local desta foto de 6 de julho de 1891. Lá ele escreveu suas memórias – e ocasionalmente ainda se imiscuía na política do país.
O timoneiro abandona o navio
Sob o título "Desembarcando o timoneiro", o jornal satírico inglês "Punch" ilustrou de maneira bem pertinente, em março de 1890, a demissão de Bismarck e seu mau relacionamento com o imperador Guilherme 2º. Um chanceler ereto, porém abatido, abandona o navio. Do alto, o jovem imperador o observa, indiferente.
Imprensa inescrupulosa
O 30 de julho de 1898, dia da morte de Otto von Bismarck, marca também um escândalo jornalístico. Fotógrafos penetram no quarto do ex-chanceler morto, levantam o cadáver com travesseiros sob sua cabeça e disparam a câmera. O instantâneo à luz de flash causou indignação, e os fotógrafos foram presos.