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Biden diz que trava Nord Stream 2 se Rússia invadir Ucrânia

7 de fevereiro de 2022

Presidente americano promete que gasoduto que liga Rússia e Alemanha não entrará em funcionamento se Putin ordenar invasão da Ucrânia. Declaração é dada após reunião com o chanceler federal alemão, Olaf Scholz.

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Biden discursando
"Não haverá mais um Nord Stream 2. Daremos fim nele. Prometo que seremos capazes de fazer isso", disse Biden na Casa BrancaFoto: Alex Brandon/AP Photo/picture alliance

O presidente dos Estados Unidos, Joe Biden, prometeu nesta segunda-feira (07/02) que o gasoduto Nord Stream 2, que conecta a Rússia à Alemanha, não entrará em funcionamento caso Moscou promova uma invasão da Ucrânia.

Biden deu a declaração após se reunir em Washington com o chanceler federal alemão, Olaf Scholz, e discutir a tensa situação na fronteira da Ucrânia com a Rússia, onde cerca de 100 mil soldados russos estão mobilizados.

A construção do gasoduto para trazer mais gás natural russo diretamente para a Alemanha, contornando a Ucrânia, foi um grande ponto de discórdia entre Washington e Berlim nos últimos anos. O gasoduto já está pronto, mas ainda não obteve licença de funcionamento.

Respondendo a uma pergunta sobre o Nord Stream 2, Biden disse que não há nenhuma chance de o projeto ir adiante se tanques e tropas russas cruzarem a fronteira com a Ucrânia. "Não haverá mais um Nord Stream 2. Daremos fim nele. Prometo que seremos capazes de fazer isso."

Scholz, em sua primeira visita à Casa Branca como chanceler federal da Alemanha, disse que medidas amplas haviam sido acordadas com aliados e parceiros, incluindo os Estados Unidos.

"Daremos todos os passos necessários. Você pode ter certeza de que não haverá nenhuma medida sobre a qual tenhamos uma abordagem diferente. Agiremos em conjunto", disse o chanceler alemão. "Se houver uma agressão militar contra a Ucrânia, haverá sanções duras, acordadas em conjunto e de amplo alcance", disse o chanceler. "Haverá custos muito, muito altos para a Rússia dar esse passo. Isso é claramente afirmado e compreendido por todos."

Entretanto, quando pressionado sobre o Nord Stream 2, Scholz não disse explicitamente que o projeto seria interrompido, mas repetiu sua mensagem sobre solidariedade.

Olaf Scholz e Joe Biden na Casa Branca
Olaf Scholz fez sua primeira viagem oficial aos Estados Unidos como chanceler federal alemãoFoto: Alex Brandon/AP/picture alliance

Biden havia elogiado anteriormente os estreitos laços entre Washington e Berlim, acrescentando que estavam "trabalhando em sintonia" para dissuadir uma eventual agressão russa.

Scholz já esteve na Casa Branca antes, quando era ministro das Finanças e vice-chanceler durante o governo da sua antecessora, Angela Merkel, mas foi criticado por atrasar sua visita inaugural aos Estados Unidos como chanceler. Ele tomou posse há 60 dias. Tanto Merkel quanto o antecessor dela, Gerhard Schröder, foram mais rápidos para atravessar o Atlântico.

Quais são os problemas atuais entre Berlim e Washington?

Ambos os países são aliados próximos desde o final da Segunda Guerra Mundial, mas a Alemanha tem sido cada vez mais questionada sobre seu compromisso em evitar a agressão russa.

A Casa Branca já havia se manifestado anteriormente contra o gasoduto Nord Stream 2, que desvia da Ucrânia e elimina uma importante fonte de renda do país, e ameaçou impor sanções.

Washington voltou atrás em sua posição mais radical sobre o gasoduto para manter melhores relações com Berlim, mas recentemente declarou que o gasoduto não entraria em funcionamento se a Rússia invadisse a Ucrânia.

Scholz fala em púlpito.
"Se houver uma agressão militar contra a Ucrânia, haverá sanções duras, acordadas em conjunto e de amplo alcance", afirmou ScholzFoto: Anna Moneymaker/Getty Images

"Acho que a Alemanha, no final, apoiará sanções econômicas e sanções ao Nord Stream 2", disse Stefan Meister, especialista em Rússia e Europa Oriental no Conselho Alemão de Relações Exteriores, à DW.

Porém, sobre a recusa da Alemanha em vender armas à Ucrânia, por ser uma região em crise, Meister acha que "eles não vão concordar. Não mesmo. Acho que Scholz deixou claro novamente que a Alemanha não enviará armas".

Esforços diplomáticos para acalmar crise na Ucrânia

A viagem de Scholz a Washington ocorreu em um dia de intensa atividade diplomática sobre a crise da Ucrânia. A ministra do Exterior alemã, Annalena Baerbock, foi a Kiev, e o presidente francês, Emmanuel Macron, a Moscou.

Scholz retornará a Berlim nesta terça-feira para se reunir com Macron e com o presidente polonês, Andrzej Duda. O chanceler alemão convidou os dois líderes europeus para discutir a situação na Ucrânia e nos arredores, comunicou a chancelaria federal, em Berlim.

Os três países têm uma relação especial conhecida há 30 anos como o "triângulo de Weimar".

"Penso que se trata também de mostrar que, finalmente, a Alemanha e a União Europeia estão mais ativas neste conflito", disse Meister, especialista em Rússia, à DW. "Portanto, não se trata apenas dos EUA, mas também da segurança europeia. E também de mostrar unidade com os países menores, especialmente da Europa Central e do Leste Europeu."

bl/as (dpa, AP)