Berlim faz apelo por acordo na ONU sobre ajuda à Síria
11 de julho de 2020O ministro alemão do Exterior, Heiko Maas, apelou neste sábado (11/07) para que os membros permanentes do Conselho de Segurança da ONU não bloqueiem um acordo indispensável para a chegada de ajuda humanitária transfronteiriça à Síria. O pedido foi direcionado especialmente a Rússia e China.
"Fazemos um chamado a todos (os membros do Conselho de Segurança) para que não bloqueiem um acordo. Devemos ele à população da Síria", afirmou Maas no Twitter na conta oficial do seu ministério.
A autorização da ONU que permitia desde 2014 a ajuda transfronteiriça à Síria perdeu a validade nesta sexta-feira sem que o Conselho de Segurança, profundamente dividido, conseguisse prorrogar a assistência humanitária vital para milhões de pessoas.
Depois de cinco votações desde a terça-feira, todas infrutíferas por causa do veto da Rússia e da China, Alemanha e Bélgica lançaram uma última iniciativa para salvar o dispositivo através de uma nova votação esperada para este fim de semana.
A autorização transfronteiriça da ONU permite prestar assistência à população síria sem o consentimento de Damasco. A Rússia considera que a autorização viola a soberania de seu aliado sírio. Moscou, que apoia o presidente sírio, Bashar al-Assad, está tentando eliminar o atual sistema de ajuda, que atravessa as fronteiras da Turquia, em áreas não controladas pelo regime de Assad.
O projeto de resolução apresentado pela Alemanha e pela Bélgica –membros não-permanentes do Conselho e responsáveis pelo aspecto humanitário do expediente sobre a Síria –, sugeria uma solução de compromisso que permitiria que duas passagens de fronteira para a Síria permanecessem abertas por mais seis meses.
Berlim e Bruxelas recomendaram as travessias de Bab al-Salam, que se comunica com a região de Aleppo, e em Bab al-Hawa, que dá acesso à região de Idlib. A Rússia recomendou anteriormente o uso apenas da fronteira de Bab al-Salam por um ano, mas teve seu texto rejeitado.
Segundo a ONU, existem milhões de sírios no noroeste do país que dependem de remessas de ajuda da Turquia. O conflito interno já dura mais de nove anos e matou mais de meio milhão de pessoas.
A ONG humanitária Oxfam alertou que deter a ajuda transfronteiriça pode representar "um golpe devastador para milhões de famílias sírias que dependem dessa assistência para receber água potável, alimentos, atendimento de saúde e abrigo".
MD/afp/dpa/rtr
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