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Berlim e Paris querem justiça social na ampliação da UE

Estelina Farias5 de fevereiro de 2002

Líderes da Alemanha e da França concordam que a União Européia não deve ser só um mercado, mas também um modelo social. Schröder e Chirac não admitem, porém, que o custo da ampliação da UE ultrapasse o planejado.

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Gerhard Schröder e Jacques Chirac têm encontro harmoniosoFoto: AP

A Alemanha e a França exigem que a ampliação da União Européia (UE) garanta justiça social para todos sem, todavia, exceder os custos planejados. Essa vontade política foi confirmada pelo chanceler federal alemão, Gerhard Schröder, e o presidente francês, Jacques Chirac, depois da tradicional rodada de consultas teuto-francesa, no castelo Glienicke, em Berlim, na noite desta segunda-feira (04).

Todos os membros da UE deverão poder gozar do bem-estar social de forma igualitária a partir de 2004, disseram os líderes dos dois países que formam o carro-chefe da comunidade de 15 países. Schröder destacou sua opinião de que a comunidade européia não deve ser só um mercado, mas também um modelo social.

"Nós temos que agir com determinação para que o maior número possível de candidatos possa ingressar na UE em 2004", disse Chirac. O presidente francês concordou com outra exigência do chefe de governo alemão: a base para a ampliação da UE tem de ser as resoluções da chamada Agenda 2000, que foi aprovada em 1999, em Berlim. Para Schröder parece óbvio que a Comissão Européia tem de cumprir as determinações acertadas quando a Alemanha presidia a UE.

Contenda

- A Agenda 2000 determina as condições financeiras para as subvenções à agricultura até 2006. Mas existe uma contenda entre o quartel-general em Bruxelas e os candidatos do Leste Europeu por causa da distribuição dos subsídios agrícolas. Discute-se no momento se os novos países-membros já devem receber tais benefícios a partir de 2004 e qual seria o montante dos recursos. Está planejado que no início os candidatos receberão subvenções pequenas e estas devem ser aumentadas progressivamente até 2013.

Harmonia

– O encontro teuto-francês da última noite foi marcado pela harmonia. Chirac e Schröder discutiram também sobre a situação no Oriente Médio e no Afeganistão. Eles têm posições iguais sobre os dois conflitos e exortaram Israel e a Autoridade Nacional Palestina a retomarem as negociações de paz.

Já antes do encontro com a participação do primeiro-ministro francês, Lionel Jospin, Chirac e Schröder destacaram que França e Alemanha estão decididas a manter sua posição de carro-chefe da UE e de garantirem o sucesso da próxima conferência especial de cúpula, em Barcelona, em meados de março.