Berlim diz que guarda-costas de Erdogan não devem ir ao G20
26 de junho de 2017Após incidentes violentos durante a visita do presidente da Turquia, Recep Tayyip Erdogan, a Washington no mês passado, o Ministério do Exterior da Alemanha afirmou nesta segunda-feira (26/06) que a equipe de segurança do líder turco na cúpula do G20 em Hamburgo, na próxima semana, não deve contar com os guarda-costas envolvidos no caso.
"Tenho motivos para esperar que essas pessoas, que foram incriminadas pelo [sistema] criminal de justiça americano, não colocarão os pés em solo alemão num futuro próximo, inclusive durante a cúpula do G20", disse o porta-voz da pasta, Martin Schaefer, citado pela agência de notícias Reuters. Ele acrescentou que líderes estrangeiros podem trazer seus próprios guarda-costas para encontros na Alemanha, mas que a lei deve ser respeitada.
O incidente em questão aconteceu no dia 16 de maio, após um encontro de Erdogan com o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump. Manifestantes contrários ao líder turco protestavam em frente à residência do embaixador da Turquia em Washington, onde aguardavam pelo chefe de Estado, quando foram atacados pela equipe de segurança de Erdogan. Nove manifestantes ficaram feridos, e 12 guarda-costas foram alvos de mandados de busca expedidos pela Justiça dos EUA.
No domingo, uma reportagem do semanário Welt am Sonntag havia informado que o governo alemão proibira a presença desses 12 guarda-costas de Erdogan na cúpula do G20. Apesar de constarem na lista de acompanhantes de Erdogan, o Ministério do Exterior alemão teria comunicado a Ancara que eles não devem vir para a Alemanha, publicou o veículo.
O episódio estremeceu as relações entre os EUA e a Turquia, sobretudo num momento em que os aliados da Otan estão em forte desacordo sobre a política na Síria, e elevou o risco de abalar ainda mais as já turbulentas relações entre Berlim e Ancara.
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