BenQ demitirá dois terços de seus empregados
19 de outubro de 2006A fabricante de telefones celulares BenQ anunciou nesta quinta-feira (19/10) a demissão de cerca de 1950 de seus três mil funcionários. Nos departamentos de produção e administração, praticamente três quartos dos empregados foram instados a deixar seus postos até segunda-feira. A antiga divisão de celulares do grupo Siemens está em processo de falência.
O administrador da massa falida, Martin Prager, acredita que a reestruturação radical da BenQ é "possivelmente a última chance para esta empresa". Ele pretende manter os restantes 1100 empregados – sobretudo dos setores de pesquisa e desenvolvimento – com a produção de modelos para outras firmas, por encomenda.
"Já temos reações positivas de operadoras da rede móvel, assim como de empresas de moda", comentou Prager. Segundo ele, o desenvolvimento de tecnologia e design para terceiros é o modelo empresarial mais promissor. Além disso, ele está dialogando com investidores em potencial, porém não há garantia de sucesso.
Co-responsabilidade da Siemens
O administrador responsabilizou indiretamente a antiga direção da Siemens pela falência. A seu ver a BenQ foi esmagada pelos velhos encargos, gastos com reestruturação e a complexidade estrutural do conglomerado.
Políticos e sindicalistas apelaram à ex-matriz para que auxilie os funcionários da BenQ ameaçados de desemprego. Os estados da Baviera e da Renânia do Norte-Vestfália exigiram que a Siemens disponibilize mais verbas para um associação de apoio, além dos 35 milhões de euros já prometidos.
Um porta-voz do grupo rejeitou exigências neste sentido: "Até agora somos os únicos a prestar uma contribuição substancial, mesmo não sendo obrigados por lei". Agora estaria na hora de outros responsáveis se manifestarem, comentou.