Belarus e Burkina Faso proíbem difusão da DW
30 de abril de 2024O governo de Belarus proibiu nesta segunda-feira (29/04) a difusão de conteúdo da DW em todas as plataformas para o país europeu (site, canal do YouTube e canal do Telegram), bem como os canais da redação russa da DW nas redes sociais.
Na África Ocidental, o governo do Burkina Faso bloqueou no domingo passado os sites da DW e de vários outros meios de comunicação internacionais, como os franceses Le Monde e TV5, o britânico The Guardian e o portal de notícias africano APAnews.
Belarus classifica DW de "extremista"
O Ministério do Interior de Belarus declarou já em 2022 que a DW está envolvida em "atividades extremistas" e que ela colocaria em risco a soberania e a segurança pública do país, além de desacreditar e insultar autoridades. Belarus é governado há quase 30 anos pelo presidente Alexander Lukaschenko, que já foi chamado de "o último ditador da Europa".
O diretor-geral da DW, Peter Limbourg, condenou a decisão do Ministério do Interior em Minsk "nos termos mais fortes". As acusações são "frágeis e não correspondem à realidade do trabalho da nossa redação belarussa".
"Essa decisão mostra uma coisa acima de tudo: o regime de Belarus teme a mídia independente e está fazendo tudo o que pode para negar ao povo de Belarus o acesso à informação livre. Não nos intimidaremos com isso", declarou Limbourg.
A classificação da DW como "organização extremista" tem amplas consequências para o trabalho redacional, que vão muito além da proibição do conteúdo: qualquer cooperação com a DW em Belarus pode agora ser considerada uma ofensa criminal, e fontes jornalísticas podem pegar vários anos de prisão.
O conteúdo belarusso da DW ainda está disponível em Belarus via YouTube e Telegram, enquanto o conteúdo russo da DW pode ser acessado via Facebook, Instagram e X. Os usuários também podem usar ferramentas de VPN para contornar a censura e acessar o conteúdo online da DW.
Burkina Faso bloqueia site da DW
Em Burkina Faso, o órgão estatal Conselho Superior de Comunicação (CSC) afirmou que se trata de uma suspensão temporária. O bloqueio foi feito após a divulgação de um relatório da organização humanitária Human Rights Watch que acusa os militares burquinenses de cometerem assassinatos em massa de civis, incluindo crianças, durante dois ataques no norte do país. O governo disse que as acusações são infundadas.
No Burkina Faso, a DW alcança seus usuários principalmente em francês e trabalha com 15 estações parceiras, que transmitem principalmente os programas de rádio. O francês para a África é um dos sete principais idiomas entre os 32 da DW.
Os programas em francês da DW ainda estão disponíveis no Burkina Faso por meio das mídias sociais: no X, Facebook e TikTok. Os usuários também podem usar ferramentas de VPN para contornar de censura.
"O bloqueio da dw.com e de outras mídias no Burkina Faso significa que a população local está sendo privada de importantes oportunidades de obter informações independentes. Nossas reportagens em e sobre o Burkina Faso sempre oferecem fatos e perspectivas equilibradas. Pedimos à autoridade reguladora que desbloqueie o site o mais rapidamente possível", afirmou a diretora de programas da DW, Nadja Scholz.
as (DW)