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ConflitosTerritório Ocupado da Palestina

Bebês prematuros são retirados do maior hospital de Gaza

19 de novembro de 2023

Os 31 nenéns que estavam no Al-Shifa serão transferidos para o Egito para receberem cuidados adequados. OMS diz que centro médico ocupado há dias por militares israelenses é "zona da morte".

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Homens de capacetes azuis com letras UN e com colete conversam com médicos de jaleco verde
Equipe de apoio humanitário da OMS no hospital Al-ShifaFoto: WHO/REUTERS

O Ministério da Saúde de Gaza, controlado pelo grupo islâmico Hamas, informou neste domingo (19/11) que os 31 bebês prematuros que estavam no hospital Al-Shifa, na Cidade de Gaza, serão transferidos para o Egito para receberem cuidados médicos adequados.

Os bebês viajarão sem os pais ou parentes, confirmou uma fonte do ministério.

A medida foi confirmada pela Sociedade do Crescente Vermelho Palestino (PCRS, na sigla em inglês), que afirmou que suas equipes realizaram a retirada dos bebês em coordenação com agências da ONU, incluindo a Organização Mundial da Saúde (OMS).

O hospital Al-Shifa se tornou foco de operações israelenses, com o Exército alegando que o Hamas o utiliza como base, enquanto as tropas combatem o grupo por trás dos ataques de 7 de outubro, que mataram 1.200 pessoas, a maioria civis.

Desde então, a autoridade sanitária do Hamas afirma que a campanha militar de Israel matou mais de 12.300 pessoas, a maioria civis.

"Zona da morte"

Num anúncio feito durante a madrugada, a OMS disse ter enviado uma equipe ao hospital e descreveu-o como uma "zona da morte”, dizendo estar "desenvolvendo urgentemente planos para a retirada imediata dos restantes pacientes, funcionários e suas famílias”.

A visita ocorreu depois que centenas de pessoas fugiram do hospital, o maior de Gaza, seguindo o que o diretor do Al-Shifa disse serem ordens do Exército israelense para que o hospital fosse esvaziado.

Israel negou ter ordenado a retirada.

A evacuação ocorrida neste sábado provocou a saída forçada de 2.500 deslocados internos que estavam abrigados no hospital, além de médicos e pacientes.

Depois disso, apenas 25 profissionais de saúde e 291 pacientes sem capacidade de locomoção permanecem no Al-Shifa, alguns em estado extremamente crítico, incluindo dois em cuidados intensivos, 22 em diálise e os 31 bebês que serão finalmente transferidos para território egípcio.

O risco para a vida dos bebês já se arrasta há mais de uma semana, quando as tropas israelenses cercaram o hospital. O complexo se encontra em condições extremas e já estava quase inoperante devido à falta de energia elétrica por conta da escassez de combustível.

No total, em pouco mais de uma semana, nove dos bebês que estavam no centro morreram por falta de oxigênio e energia nas incubadoras, segundo a pasta de Saúde de Gaza.

OMS tentará remover outros pacientes

Além da transferência dos bebês, a OMS também está tentando evacuar o restante do pessoal e os pacientes em estado grave que tiveram que permanecer no hospital.

A expectativa é que em algum momento sejam levados para o Complexo Nasser e para o Hospital Europeu de Gaza, ambos no sul da Faixa, informou a OMS, esclarecendo que estes dois centros também estão no limite da sua capacidade.

O porta-voz oficial do Exército israelense, Daniel Hagari, anunciou em coletiva de imprensa no sábado que suas tropas continuam operando no centro médico para descobrir infraestruturas subterrâneas do Hamas.

md (EFE, AFP)