Base alemã tem papel central no programa de drones dos EUA, diz imprensa
4 de abril de 2014A base militar dos EUA em Ramstein, na Alemanha, teria desempenhado um papel muito mais importante do que o conhecido até o momento no emprego de aviões não tripulados, os chamados drones, de acordo com notícias veiculadas na mídia alemã.
Segundo as emissoras NDR e WDR e o jornal Süddeutsche Zeitung, em Ramstein as imagens captadas por esses aparelhos (cujo uso é polêmico do ponto de vista do direito internacional) são analisadas e comparadas com informações de inteligência.
Além disso, a base aérea situada no estado da Renânia-Palatinado estaria sendo usada como estação retransmissora de comandos de controle para a frota de drones em operação no mundo.
Até agora pensava-se que apenas ataques com drones na África seriam controlados a partir da Alemanha. Após denúncias semelhantes, publicadas pela imprensa alemã no ano passado, o presidente dos EUA, Barack Obama, havia declarado que a Alemanha não é base para o controle de ataques aéreos de drones.
A partir desta semana, a comissão de investigação sobre o escândalo da Agência de Segurança Nacional (NSA) no Parlamento alemão se ocupa também da questão das aeronaves não tripuladas.
Questionado, o governo alemão declarou que o governo dos EUA havia lhe assegurado que missões de aeronaves armadas movidas por controle remoto não decolam nem são comandadas de bases americanas na Alemanha.
As pesquisas da mídia alemã, no entanto, apontam que Ramstein desempenha um papel central no planejamento e controle dos drones no Paquistão, no Iêmen, na Somália e em outros países.
O ex-controlador de drones Brandon Bryant disse às emissoras e ao jornal que, "sem a Alemanha, a guerra com drones dos militares americanos não seria possível" devido à grande distância entre os controladores nos EUA e as áreas de operação das aeronaves.
As informações veiculadas pela mídia alemã se baseiam em documentos militares americanos e no depoimento de Bryant, que foi controlador de drones até abril de 2011 no Novo México, nos EUA.
MD/afp/dpa