Banco Mundial prevê queda de 5% no PIB brasileiro em 2020
12 de abril de 2020O Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil deverá registrar uma retração de 5% em 2020, segundo uma projeção do Banco Mundial publicada neste domingo (12/04) no relatório "A economia nos tempos da Covid-19”, que aborda os impactos da pandemia de covid-19 na América Latina e no Caribe.
Se a previsão for confirmada, será a maior retração desde 1962, quando teve início a série histórica disponibilizada pelo Banco Central. A retração seria maior até do que a de 1981, a pior da série, quando o PIB brasileiro teve queda de 4,39%.
Para a região como um todo, incluindo os países caribenhos, a previsão do Banco Mundial é de uma retração de 4,6% em 2020. Dos 26 países analisados no relatório, apenas dois (Guiana e República Dominicana) não tem previsão de entrar em recessão em 2020.
Entre as razoes para a queda, o Banco Mundial aponta que a pandemia de coronavírus está diminuindo a demanda da China e dos países do G7 está caindo drasticamente, afetando exportadores de commodities na América do Sul e exportadores de bens e serviços manufaturados na América Central e no Caribe. Um colapso no turismo também deve afetar gravemente alguns países do Caribe.
Por outro lado, a previsão para o Brasil é mais otimista para 2021, como uma expectativa de retomada, com crescimento de 1,5%, seguido de outro aumento de 2,3% em 2022.
O Banco Mundial afirma, porém, que as previsões podem mudar a depender da evolução da pandemia.
Já para a toda a região da América Latina e do Caribe, espera-se uma retomada do crescimento de 2,6% em 2021.
"Precisamos ajudar as pessoas a enfrentar esses enormes desafios e garantir que os mercados financeiros e os empregadores possam enfrentar a tempestade", disse Humberto López, vice-presidente interino do Banco Mundial para a região da América Latina e Caribe. "Isso significa limitar os danos e lançar as bases para a recuperação o mais rápido possível."
Para minimizar os efeitos da queda, o Banco Mundial recomenda ajudar os vulneráveis a enfrentar esse desafio econômico e ampliar os programas existentes de proteção social e assistência social.
"Ao mesmo tempo, os governos terão que assumir o ônus de grande parte das perdas. Socializar as perdas pode exigir assumir participações em instituições do setor financeiro e empregadores estratégicos por meio da recapitalização. Esse suporte será essencial para preservar empregos e permitir uma recuperação”, aponta o relatório.
O Brasil já vinha acumulando resultados nada animadores antes da crise do coronavírus. O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu somente 1,1% em 2019, alcançando 7,3 trilhões de reais, segundo dados do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O percentual foi divulgado no início de março, e estava bem distante do que economistas esperavam na primeira semana de janeiro de 2019, quando a estimativa no boletim Focus do Banco Central era de 2,53%.
O "pibinho" veio após altas de 1,3% em 2018 e 2017, e recuos de 3,3% em 2016 e 3,5% em 2015.
JPS/ots
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