Brotos em foco
10 de junho de 2011"São os brotos", disse nesta sexta-feira (10/06) Reinhard Burger, presidente do Instituto Robert Koch, que centraliza as investigações relacionadas a doenças infecciosas na Alemanha. Burger justificou que desde o final de semana está sob suspeita uma propriedade de cultivo de brotos de vegetais em Bienenbüttel, na Baixa Saxônia.
Esta suspeita se confirmaria algumas horas depois no estado da Renânia do Norte-Vesfália. A agressiva cepa O104 da E. coli foi encontrada em brotos no lixo da casa de duas pessoas que manifestaram a doença em meados de maio, segundo confirmou o secretário de Defesa do Consumidor do estado, Johannes Remmel.
Os brotos teriam vindo da propriedade já sob suspeita na Baixa Saxônia. Com isso, foi estabelecida pela primeira vez uma ligação direta entre doentes e os brotos infectados.
Fortes indícios
Uma análise das cadeias de abastecimento revelou que 26 de 55 focos da EHEC estavam ligados à propriedade em Bienenbüttel. Entretanto, ainda não há provas concretas da presença da bactéria no local. As amostras recolhidas estão sendo analisadas. Também não se sabe como as bactérias teriam chegado ali.
A propriedade sob suspeita – que, além de brotos, produz outros vegetais – foi totalmente interditada pela secretaria de Agricultura. Anteriormente, apenas a comercialização de brotos estava proibida, informou um porta-voz da secretaria. Mesmo assim, o agricultor garantiu que desde domingo não está vendendo seus produtos.
Paralelamente, autoridades estaduais em todo o país colheram mais de 4,6 mil mostras para análise e realizaram um estudo com 112 clientes de restaurantes, parte deles infectados, investigando o que haviam comido.
Também cozinheiros foram consultados sobre ingredientes, e fotos de pratos tiradas por turistas foram analisadas. O resultado foi claro: quem havia ingerido brotos, corria um risco nove vezes maior de adoecer que os demais.
Esta constatação permitiu afirmar que a causa mais provável da infecção seja a ingestão de brotos, concluiu o presidente do Instituto Robert Koch, Reinhard Burger.
LF/dapd/afp
Revisão: Roselaine Wandscheer