Do Brasil à Europa
20 de julho de 2010No Show Aéreo Internacional Farnborough, na Inglaterra, a Embraer promove um espetáculo à parte: no segundo dia do evento, a fabricante brasileira de aviões anunciou a venda de 35 jatos, no valor de 1,3 bilhão de dólares.
A encomenda foi feita pela inglesa Flybe – empresa que oferece linhas aéreas regionais de baixo custo na Europa. O contrato foi assinado nesta terça-feira (20/07) no evento que vai até o dia 25. A feira em Farnborough acontece a cada dois anos e é uma grande vitrine para as fabricantes – em 2008, encomendas feitas durantes o evento somaram 88,7 bilhões de dólares.
Pelo contrato firmado com a Flybe, a Embraer pode chegar a faturar 5 bilhões de dólares se a empresa exercer as opções e direitos de compra citados no documento, que totalizam 140 aviões do modelo Embraer 175.
A companhia aérea inglesa já tem 14 aviões da fabricante brasileira. E, segundo afirmou o presidente da Flybe, Jim French, a nova aquisição se encaixa perfeitamente no modelo de negócios da empresa: voos com menor densidade em rotas frequentes.
E é por essa fresta que a Embraer busca aumentar sua presença na Europa. Há dez anos, a fabricante brasileira era quase desconhecida no Velho Continente.
Compacta e moderna
Para explicar por que uma companhia aérea europeia opta por aviões da Embraer –, em vez dos da francesa Airbus, por exemplo –, a fabricante brasileira tem uma lista de argumentos. A empresa com sede em São José dos Campos, São Paulo, foi praticamente a única a colocar no mercado modelos mais modernos, desenvolvidos nos anos 2000. Além disso, os jatos da família Embraer 170/190 têm capacidades de 70 a 122 assentos e são, portanto, ideais para rotas regionais.
Em 2008, os serviços prestados na Europa corresponderam a 32% da receita da fabricante, enquanto na América do Norte esse índice foi de 29%. Atualmente, 140 aviões da Embraer voam nos céus europeus – só o Grupo Lufthansa conta com 21 deles, e outros nove ainda serão entregues à companhia aérea alemã.
A Embraer é hoje a terceira do mundo em aviação comercial, atrás da Boeing e da Airbus. Até o momento, a empresa entregou 650 aviões da família E-Jets a 56 companhias de 39 diferentes países.
Autora: Nádia Pontes
Revisão: Roselaine Wandscheer