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Autoridades da Malásia focam investigação em pilotos de avião

17 de março de 2014

Após sistema de transmissão de dados da aeronave ter sido desligado, copiloto teria enviado última mensagem afirmando estar tudo bem. Buscas seguem sem sucesso.

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Foto: Reuters

A investigação sobre o paradeiro do voo MH370, da companhia Malaysia Airlines, se volta cada vez mais para o papel dos pilotos no desaparecimento do Boeing 777, na semana passada. A tendência foi reforçada após investigadores afirmarem que o último contato da cabine do piloto teria sido feito após o sistema de transmissão de dados da aeronave ter sido desligado.

De acordo com o ministro dos Transportes da Malásia, Hishammuddin Hussein, as últimas palavras vindas da cabine foram: "Tudo bem, boa noite". O contato teria sido feito depois de o sistema ACARS – responsável por enviar informações cruciais sobre a condição do Boeign 777 – ter sido desligado. Os transmissores do avião, que indicam sua posição nos radares, foram desabilitados 14 minutos depois de o ACARS ter sido desligado.

A Malaysia Airlines, porém, afirmou não saber quando o sistema ACARS foi desligado. "O que sabemos é quando foi feita a última transmissão", disse o presidente da companhia aérea, Ahmad Jauhari Yahya. Segundo ele, o copiloto da aeronave, Fariq Abdul Hamid, de 27 anos, é o autor da mensagem. Investigadores acreditam que a pessoa que enviou a mensagem saberia que os sistemas estavam desligados.

O voo MH370, da Malaysia Airlines, desapareceu em 8 de março, com 239 pessoas a bordo, quando ia de Kuala Lumpur para Pequim.

Segundo o presidente do Comitê de Segurança Nacional da Câmera dos Representantes dos EUA, Michael McCaul, todas as informações recebidas até agora apontam para um envolvimento direto do piloto no desvio da rota do avião. "Todas as possibilidades levam para a cabine do piloto", disse McCaul à rede de TV Fox News.

As autoridades na Malásia estão investigando não só os pilotos, mas também a tripulação, passageiros e todas as pessoas que tiveram contato com o avião antes de sua decolagem.

No sábado (15/03), a polícia revistou as casas do piloto Zaharie Ahmad Shah, de 53 anos, e do co-piloto em Kuala Lumpur. Um simulador de voo encontrado na residência de Shah está sendo examinado, à procura por mais pistas.

Parentes e amigos dos pilotos, assim como a própria companhia aérea, rejeitam as suspeitas de que a dupla estaria envolvida no desaparecimento da aeronave.

"Por favor, deixem que o avião seja encontrado primeiro. Zaharie não é suicida nem um fanático político como alguns veículos da imprensa internacional estão dizendo", afirmou um piloto da Malaysia Airlines que é amigo do comandante do voo MH370.

Indien Navy Patrouille MH370 Flug Malaysia Airlines
Barco da Marinha Indiana patrulha águas em busca de avião: 26 países participam de operaçãoFoto: Reuters

Paradeiro

As autoridades malaias acreditam que, enquanto voava pela costa nordeste do país, o MH370 tenha tido seu sistemas de transmissão de dados desligado antes de ser redirecionado para o oeste.

Sinais eletrônicos trocados com satélites sugerem que a aeronave teria continuado no ar por quase sete horas depois de sair do alcance de radares militares da Malásia. O avião tinha combustível suficiente para voar entre sete horas e meia e oito horas.

Segundo reportagem publicada nesta segunda-feira (17/03) pelo jornal New Straits Times, de Singapura, o avião teria descido a aproximadamente 5.000 pés de altitude (1.500 metros) para evitar ser detectado por radares civis.

Pelo menos 26 países atuam em conjunto no esforço de buscas pelo Boeing 777. As equipes de localização trabalham em duas áreas: uma que vai do norte da Tailândia até o Cazaquistão, e outra que vai da Indonésia até o sul do Oceano Índico.

"A área de busca foi ampliada de maneira significativa", disse o ministro dos Transportes da Malásia. Segundo ele, os esforços não estão mais apenas concentrados no mar. "Estamos olhando em grandes pedaços de terra, em 11 países, assim como em oceanos profundos e remotos."

RM/afp/ap/lusa/rtr