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Corrupção empresarial

(gh)16 de novembro de 2006

Volks, DaimlerChrysler, Siemens e Infineon são algumas das grandes firmas sob investigação por suspeita de corrupção. Queixa contra ex-diretor da Volks, Peter Hartz, coincide com operação pente-fino na Siemens.

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Casos de corrupção empresarial se multiplicam na AlemanhaFoto: Bilderbox

A apresentação de queixa contra o ex-diretor de Recursos Humanos da Volkswagen, Peter Hartz, nesta quarta-feira (15/11) pela Promotoria Pública de Braunschweig foi mais um capítulo de uma série de escândalos que vem abalando grandes grupos empresariais na Alemanha desde o ano passado.

Hartz é acusado de desvio de recursos da ordem de 1,95 milhão de euros da montadora. Entre os 44 casos de malversação de que é acusado, está também o suposto pagamento de 400 mil euros à amante do ex-presidente do conselho de empresa da Volks, Klaus Volkert, a brasileira Adriana Barros (veja link abaixo).

O escândalo na Volkswagen, que incluiu "viagens de lazer" de executivos e sindicalistas às custas da companhia, veio a público em meados do ano passado. Desde então, as denúncias sobre casos de corrupção em grandes empresas atuantes na Alemanha se multiplicaram, atingindo também outras fabricantes de automóveis.

Corrupção em vários setores

Na DaimlerChrysler, estão sendo apurados simultaneamente vários casos de irregularidades. O último deles, descoberto pela própria empresa na segunda-feira (13/11), envolve práticas ilegais no segmento de ônibus. A direção da DaimlerChrysler suspendeu vários executivos, entre eles o chefe da área, Wolfgang Diez, acusados de terem "comprado" o sucesso dos últimos meses nas vendas de ônibus.

Além disso, a Comissão de Valores Mobiliários e de Câmbio dos EUA (SEC) apura denúncias da existência de caixa dois, corrupção, sonegação de impostos e o suposto envolvimento da DaimlerChrysler no escândalo do programa Petróleo por Comida das Nações Unidas no Iraque. Também neste caso a companhia já suspendeu executivos.

Ainda na indústria automobilística, a Promotoria Pública de Frankfurt investiga denúncias de que funcionários do fornecedor de autopeças Feurecia, da França, teriam pago propinas à Audi, Volkswagen e BMW. Na avaliação dos investigadores, o presidente da Feurecia, Pierre Lévi, que já renunciou, sabia do caso desde 2001.

Também funcionários do setor de vendas da Philips, maior conglomerado da área de eletrônica da Europa, estão na mira dos "caçadores de corruptos". Eles teriam subornado em grande estilo pessoal do departamento de compras de várias redes de produtos eletrônicos da Alemanha.

Heros e Ikea

Geldtransport-Firma Heros: Angeblich Millionen unterschlagen
Foto: AP

No começo deste ano, foi descoberto um escândalo de corrupção na Heros, até então maior transportadora de valores da Alemanha. A partir do final de novembro, nove meses após decretação da falência da empresa, o ex-proprietário e três executivos vão responder a processo por 282 atos criminosos, que teriam gerado um prejuízo de 250 milhões de euros.

Também a fabricante de móveis Ikea, da Suécia, enfrenta um escândalo de corrupção na Alemanha. A Promotoria Pública de Frankfurt apura denúncias de malversação no departamento de obras da empresa, que teriam causado prejuízo de mais de dois milhões de euros. O principal suspeito, diretor do departamento, enforcou-se na prisão preventiva em Frankfurt, em setembro passado.

Infineon e Siemens

No final de setembro, o empresário Udo Schneider, dono da BF Consulting, que gerencia patrocínios no automobilismo, foi condenado a quatro anos de prisão por haver subornado o ex-presidente da Infineon, Ulrich Schumacher, e vários funcionários da fabricante de chips.

Coincidentemente, nesta quarta-feira, enquanto era apresentada a queixa contra Peter Hartz, ocorria uma operação pente-fino em 30 escritórios da Siemens em toda a Alemanha. Cerca de 200 policiais, advogados e funcionários da receita federal participaram da operação.

Segundo a agência de notícias AP, a Promotoria Pública de Munique abriu inquérito para apurar denúncias de malversação de recursos no valor de mais de 20 milhões de euros no setor de telefonia fixa da Siemens. Dois executivos e outros três funcionários já foram detidos, informou a agência.