Autoridades alemãs adotam novas medidas contra gripe aviária
6 de abril de 2006Uma força-tarefa com representantes dos Estados e do governo federal, que se reuniu nesta quinta-feira em (6/04) em Berlim, aprovou medidas drásticas para conter o alastramento da gripe aviária na Alemanha.
No Estado da Saxônia (Leste alemão), onde foi confirmado ontem o primeiro caso de H5N1 em aves de criação no país, num criadouro de perus, gansos e galinhas, começou o abate de mais de 30 mil aves em 90 criadouros comerciais e domésticos.
Mais de 10 mil dos 16 mil animais da granja Wermsdorfer Gämsezucht, atingida pela doenças, já foram abatidos. Em volta da propriedade, vigiada pela polícia, foi demarcada uma zona de três quilômetros, onde o acesso é proibido, além de uma área de observação com um perímetro de 10 quilômetros. Ainda não se sabe como o vírus chegou ao local. Aves selvagens trouxeram o H5N1 à Alemanha.
Além disso, serão anuladas em todo o país as exceções que haviam sido feitas ao confinamento de aves. As autoridades sanitárias da Saxônia procuram até cinco toneladas de carne de peru, que teriam sido vendidas nos últimos 14 dias pelo criadouro afetado pelo H5N1.
A Comissão de Saúde Animal da União Européia discutiu nesta quinta-feira as medidas a serem tomadas em relação ao comércio da carne de aves. Este é o segundo caso de animais domésticos afetados pelo H5N1 na Europa, depois da França, em fevereiro.
Consumidores são tranqüilizados
O Instituto Federal de Avaliação de Riscos já tranqüilizou os consumidores através de um comunicado, segundo o qual o perigo para as pessoas "não aumenta" por causa deste caso de H5N1 em aves domésticas na Saxônia. Em março, já houve uma suspeita de gripe das aves, que não chegou a se confirmar, numa empresa avícola da Baviera, o que obrigou ao abate de cerca de 400 frangos.
A Alemanha tem cerca de 110 milhões de aves domésticas. Sua grande maioria concentra-se no Estado da Baixa Saxônia, que faz fronteira com a Holanda e a Bélgica. Lá são criados cerca de 70 milhões de animais.
O médico veterinário responsável pelo controle de zoonoses na região afetada, Ingolf Herold, mostrou-se surpreso com a contaminação, pois a propriedade era controlada a cada 14 dias.
Ele suspeita que o vírus tenha sido levado às capoeiras através de calçados dos trabalhadores do criadouro, que tiveram algum contato com aves selvagens contaminadas. Por outro lado, não foram encontrados animais selvagens mortos nas proximidades da granja.