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Austríaco Michael Haneke ganha Palma de Ouro por "Amour"

28 de maio de 2012

Coprodução teuto-austríaca trata de um casal de idosos confrontados com a morte. Romenas dividem prêmio de melhor atriz. Melhor ator é dinamarquês Mads Mikkelsen.

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Michael Haneke premiado em Cannes
Foto: Reuters

O longa-metragem Amour, do austríaco Michael Haneke, conquistou o prêmio máximo da 65ª edição do Festival de Cinema de Cannes, neste domingo (27/05). O cineasta de 70 anos entrou para o seleto grupo dos duplamente agraciados com o prêmio. Ele já havia conquistado a Palma de Ouro em 2009, com A fita branca.

"Dedico este prêmio à minha esposa, que me atura há 30 anos", disse Haneke, explicando que Amour é "uma ilustração" da promessa que fez com a esposa, caso um deles enfrente uma situação semelhante.

A obra trata de um casal em que a esposa se vê confrontada com a morte após sofrer um aneurisma cerebral. Os papéis principais desta produção teuto-austríaca são interpretados pelos franceses Jean-Louis Trintignant (81 anos) e Emmanuelle Riva (85).

"Cinema não é só diversão"

O prêmio de melhor atriz foi dividido entre as romenas Cosmina Stratan e Cristina Flutur, pela atuação em Beyond the hills, de Cristian Mungiu, que também recebeu a Palma de melhor roteiro.

O dinamarquês Mads Mikkelsen foi escolhido melhor ator pela atuação em Jagten(A caça). No filme de Thomas Vinterberg (Dinamarca), ele interpreta o papel de um homem acusado injustamente de pedofilia, cuja vida é destruída pela mentira de uma criança. O prêmio de Melhor Direção ficou com o mexicano Carlos Reygadas, por Post tenebras lux.

Actor Mads Mikkelsen poses during a photo call for The Hunt at the 65th international film festival, in Cannes, southern France, Sunday, May 20, 2012. (Foto:Joel Ryan/AP/dapd)
Mads Mikkelsen: melhor atorFoto: AP

O Grande Prêmio do júri, que foi presidido pelo diretor italiano Nanni Moretti, foi para a sátira social Reality, do italiano Matteo Garrone. O diretor britânico veterano Ken Loach recebeu o prêmio do júri pela sua tragicomédia The angels' share.

No palco, Loach lembrou os problemas sociais no conteúdo de seu filme: "Gostaria de dizer que o cinema não é só diversão. Ele mostra como somos e como vivemos juntos. Gostaria de exprimir a minha solidariedade a todos os que, nesta época difícil, resistem aos programas de austeridade e privatização".

RW/lusa/dpa
Revisão: Augusto Valente