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Armadilha turista

(em)23 de setembro de 2006

A Alemanha tem inúmeras atrações turísticas imperdíveis. Mas, às vezes, os pontos mais visitados também decepcionam. Leia algumas impressões causadas em turistas por "cartões postais" alemães.

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Oktoberfest de Munique: maior festa popular da AlemanhaFoto: dpa

Com o fim das férias de verão na Europa, os turistas retornam para casa. O que fica são lembranças das férias, boas, mas às vezes também negativas. Tudo depende das expectativas que se tinha ao traçar o roteiro da viagem. Leia a seguir impressões que algumas das atrações turísticas mais badaladas da Alemanha causaram em redatores da DW-WORLD que as conheceram.

A Oktoberfest de Munique

A Oktoberfest tem fama mundial por razões desconhecidas. Trata-se, na verdade, de uma festa popular alemã muito comum, apenas superdimensionada, o que não torna o evento mais bonito. Pelo contrário, ao invés de algumas centenas de pessoas levemente embriagadas, milhares de bêbados acabam com qualquer possibilidade de aconchego. Além disso, os famosos campos (Wiesn) onde tudo acontece não são idílicas áreas verdes, como o turista provavelmente supõe. Apenas uma área cimentada espera os visitantes da Oktoberfest. Com certeza é possível tomar uma cerveja de maneira mais gostosa em outro lugar. (Emilia Rojas)

A Reeperbahn de Hamburg

Hamburg
Neon e shows femininosFoto: DW

O cantor alemão Hans Albers, de Hamburgo, a fez ficar famosa. Mas, "na Reeperbahn à meia noite e meia..." (trecho de uma de suas músicas), você não se diverte realmente. Bêbados do mundo inteiro tropeçam pela rua larga e barulhenta. Nas vitrines das boates superiluminadas estão pendurados cartazes de mulheres, que apresentam seus grandes seios ao turista com olhar lascivo. Seguranças muscolosos tentam atrair hóspedes para dentro desses estabelecimentos. Quem, aborrecido, procura um cantinho calmo deve tomar cuidado para não entrar na Davidstrasse. Lá continua o mesmo cenário: a cada três metros, mulheres de programa do Kiez (como é chamada a Reeperbahn) oferecem de um jeito "penetrante" seus serviços. Não é um lugar confortável para turistas do sexo feninino: se ficam paradas por demasiado tempo ou andam muito devagar nessa rua, que vai em direção ao porto, pode acontecer de escutarem um "cai fora" nada gentil de uma das damas que trabalham lá. (Christine Harjes).

O Königssee
Stadt Bonn mit Drachenfels
Barco abaixo do DrachenfelsFoto: presse

Nos cais do lago Königssee, no município de Schönau (ao pé do monte Watzmann, região dos Alpes), há sempre muito movimento. Quem chega de carro, já tem de pagar o acesso, além disso há a taxa de estacionamento. Em compensação, pode-se comprar caras lembranças tipicamente bávaras numa das numerosas lojas e depois gastar muito dinheiro num restaurante por um prato muitas vezes medíocre. Durante o verão, está tão cheio que nem se pode pensar com calma. No tradicional passeio de barco para São Bartolomeu, também se gasta muito dinheiro para escutar, apertado entre muitos outros visitantes, o mesmo programa de 20 anos atrás. De preferência evite este programa. (Klaudia Prevezanos)

Drachenfels

Visitar Königswinter é uma questão de gosto. Mas pode-se economizar o dinheiro da viagem até a ruína Drachenfels, perto de Bonn, já que lá em cima não há nada de excepcional, além de um prédio de cimento, que se revela como um restaurante de excursão exageradamente caro e uma bela vista sobre o vale do Reno. Vista que se obtém de graça nas montanhas Siebengebirge. (Wim Abbink)

A Drosselgasse

Touristen in der Drosselgasse in Rüdesheim
A ruela mais feliz do mundo?Foto: dpa

Muitos turistas visitam o castelo Neuschwanstein, a Hofbräuhaus (cervejaria) em Munique e a Drosselgasse em Rüdesheim e depois pensam: isso é a Alemanha. Na verdade, a chamada "ruela mais feliz do mundo" não passa de uma zona de pedestres barulhenta e superlotada, com uma densidade extremamente alta de bares, onde garçons mal-humorados oferecem vinho de qualidade duvidoda a preços exagerados, e onde se toca música em altíssimo volume. A Alemanha tem muito mais a oferecer do que um faz-de-conta jovial de vida folgada. (Pia Gram)