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Ativistas ambientais ocupam nova usina a carvão na Alemanha

2 de fevereiro de 2020

Para ambientalistas, abrir mais uma usina elétrica a carvão em meio a crise climática global é "um prego no caixão do futuro". Licenciamento contraria promessas de Berlim de abandonar o combustível fóssil até 2038.

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Instalações da usina a carvão alemã Datteln 4
Movido a antractio, Datteln 4 é supostamente pouco poluenteFoto: DW/O. Pieper

A mais nova usina elétrica da Alemanha movida a carvão mineral, a Datteln 4, no estado da Renânia do Norte-Vestfália, foi ocupada neste domingo (02/02) por mais de 100 ativistas, exigindo que o governo federal cumpra seu comprometimento de abandonar essa fonte energética.

A moderna usina de antracito, pertencente à companhia Uniper, é avaliada em 1,5 bilhão de euros. Não tendo ainda começado a operar, ela está eximida da proposta do governo alemão de abandonar o carvão mineral até 2038. A Uniper conseguiu a isenção argumentando que faria mais sentido fechar as usinas mais antigas, com alta emissão de dióxido de carbono. O antracito tem alto grau de pureza carbônica, produzindo pouca fumaça e resíduos durante a combustão.

Segundo o próprio grupo organizador do protesto, Ende Gelände (Fim das Fábricas), 150 manifestantes estiveram presentes ao ato de ocupação da Datteln 4. Em comunicado, os ativistas saudaram o fato de seus membros "bloquearem infraestruturas cruciais", frisando que "sua ação de desobediência civil é um protesto contra a lei do carvão do governo alemão".

Portanto faixas como "Fora o carvão" e "Essa economia mata", os manifestantes não revelaram quanto tempo pretendiam ocupar a usina. Já pela tarde, contudo, a polícia começou a evacuar a área. As autoridades classificaram o protesto como pacífico, e confirmaram que estão monitorando a situação de perto.

Faixa de protesto: "Essa economia mata"
"Essa economia mata"Foto: DW/O. Pieper

Ambientalistas têm criticado acertos governamentais com companhias como a Uniper, acusando Berlim de falta de ambição no enfrentamento da crise climática. A Comissão para o Carvão da Alemanha, um painel de partes interessadas, incluindo representantes do setor e ambientalistas, recomendou que a usina não fosse aberta.

No entanto, tanto o governador da Renânia-Vestfália, Armin Laschet, quanto o ministro da Economia Peter Altmaier opinaram a favor do funcionamento da instalação, sob o pretexto de que o país deve continuar tendo eletricidade de fontes convencionais até que as renováveis estejam facilmente disponíveis.

A Ende Gelände já está planejando novos protestos em agosto, em minas de linhito também no Oeste alemão. "Não podemos permitir, à luz da crise climática, que outra usina elétrica a carvão vá participar da matriz energética", comentou a participante do grupo de protesto Kathrin Henneberger. Para ela, a Datteln 4 é "um prego no caixão do nosso futuro".

AV/rtr,afp,dpa

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