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Criminalidade

Atiradores deixam mortos em escola na Grande São Paulo

13 de março de 2019

Dois ex-alunos de 17 e 25 anos mataram a tiros ao menos oito pessoas em um colégio estadual em Suzano e se mataram em seguida. Vítimas incluem alunos e duas funcionárias. Motivo do ataque ainda não foi esclarecido.

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Policiais diante da Escola Estadual Professor Raul Brasil
Policiais diante da Escola Estadual Professor Raul Brasil, alvo do ataqueFoto: picture-alliance/dpa/Futura Press/M. Sumiya

Dois jovens encapuzados abriram fogo nesta quarta-feira (13/03) em uma escola estadual em Suzano, na Grande São Paulo, e mataram ao menos oito pessoas, a maioria estudantes. A motivação do ataque ainda não foi esclarecida. Autoridades afirmam que eles eram ex-alunos do colégio.

Segundo informações obtidas pelo jornal Folha de S. Paulo, as vítimas incluem cinco alunos, duas funcionárias da escola – a coordenadora pedagógica Marilena Ferreira Umezo e a agente de organização escolar Eliana Regina de Oliveira Xavier – e o dono de uma locadora de veículos.

As duas funcionárias e quatro estudantes, que tinham entre 15 e 17 anos, foram mortos no local, enquanto um quinto aluno foi socorrido ainda com vida e morreu após ser levado ao hospital.

Ainda há nove pessoas feridas em hospitais da região. Segundo o portal G1, 23 pessoas foram levadas a hospitais, entre feridos e outros que passaram mal após o ataque.

Os atiradores também foram encontrados mortos na Escola Estadual Professor Raul Brasil, no centro de Suzano. A polícia acredita na hipótese de que um deles atirou na cabeça do outro e depois cometeu suicídio. Eles foram identificados como Guilherme Taucci Monteiro, de 17 anos, e Luiz Henrique de Castro, de 25 anos.

O mais novo teria largado a escola no ano passado antes de acabar o ano letivo. A mãe dele, Tatiana Taucci, afirmou à emissora Band que o filho parou de estudar porque sofria bullying no colégio.

Monteiro chegou a publicar nesta quarta-feira, pouco antes do massacre, cerca de 30 fotos em seu perfil no Facebook. Nelas, aparece armado, usando uma máscara de caveira – a mesma com a qual foi encontrado morto – e fazendo sinais ofensivos.

O ataque teve início por volta das 9h30 (hora local). Antes de chegarem ao colégio, os dois atiraram contra o dono de uma locadora de veículos que fica nas proximidades. A polícia confirmou que o homem, identificado como Jorge Antonio de Moraes, era tio de Monteiro. Ele foi socorrido e passou por cirurgia, mas não resistiu.

Os atiradores então seguiram até a escola e estacionaram o carro na entrada. Segundo relatos, eles entraram na instituição e atingiram primeiro a coordenadora pedagógica e, depois, atiraram contra a segunda funcionária.

O massacre dos alunos ocorreu em seguida no pátio da escola, onde estavam apenas estudantes do ensino médio. Segundo as primeiras investigações, a dupla teria escolhido o horário do intervalo das aulas para fazer o maior número possível de vítimas. Eles se mataram em seguida, já no corredor do colégio, em outro andar.

A Polícia Militar informou que policiais se dirigiam para atender outra ocorrência nas proximidades mas acabaram entrando na escola após ouvirem gritos dos alunos, quandos os atiradores ainda estavam vivos.

A imprensa brasileira relata que, em meio aos tiros, professores e alunos chegaram a se trancar em salas de aula. Vários outros saíram correndo do colégio e se refugiaram em casas e estabelecimentos nas proximidades.

Segundo a Folha, citando o coronel da PM de São Paulo Marcelo Salles, a dupla portava um revólver calibre 38, carregadores e uma arma de estilo medieval que dispara flechas.

Além disso, um médico contou à TV Globo que atendeu um estudante ferido com um machado. Ele teria chegado ao hospital com o objeto pendurado no ombro direito. Imagens de câmeras de segurança mostram ainda um dos suspeitos atingindo uma vítima caída no chão com uma arma que parece um machado.

De acordo com o Censo Escolar de 2017, a Escola Estadual Raul Brasil tem 358 alunos que estudam entre o 6º e o 9º ano do ensino fundamental e outros 693 que frequentam o ensino médio.

Além da presença dos policiais, que contam com dois helicópteros que sobrevoam a região, também foram enviadas ao local unidades do Corpo de Bombeiros e do Samu. O governador do estado, João Doria, também se encaminhou para a escola.

"Fico muito triste que um fato como esse tenha acontecido em São Paulo e no Brasil", disse Doria em coletiva de imprensa. "Estou muito impactado. A cena mais triste que assisti em toda a minha vida."

O presidente Jair Bolsonaro também se pronunciou. "Presto minhas condolências aos familiares das vítimas do desumano atentado ocorrido hoje na Escola Professor Raul Brasil, em Suzano, São Paulo. Uma monstruosidade e covardia sem tamanho. Que Deus conforte o coração de todos!", escreveu no Twitter, cerca de seis horas após o massacre.

Um dos últimos ataques a tiros ocorridos numa escola no Brasil teve lugar em Goiânia, em outubro de 2017. Na ocasião, um aluno de 14 anos matou a tiros dois colegas e deixou outros quatro feridos. Filho de policiais militares e alvo de bullying, o adolescente usou uma pistola da mãe.

Antes disso, em abril de 2011, uma escola em Realengo, na zona oeste do Rio, foi alvo de um dos massacres mais sangrentos em colégios do país. À época, o ex-aluno Wellington Menezes de Oliveira matou a tiros 12 adolescentes, sendo dez meninas e dois meninos, antes de cometer suicídio.

RC/EK/abr/lusa/ots

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