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CriminalidadeBrasil

Atirador de Aracruz responderá por ato análogo a homicídio

26 de novembro de 2022

Adolescente de 16 anos que invadiu duas escolas e deixou quatro mortos usou armas do pai, que é policial militar, segundo investigação. Cinco pessoas seguem internadas, das quais quatro em estado grave.

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Fachada de escola com movimentação de policiais e pessoas e uma ambulância estacionada
Adolescente havia estudado até junho na Escola Estadual Primo Bitti, o primeiro colégio atacadoFoto: Kadija Fernandes/AFP

O adolescente de 16 anos que invadiu duas escolas em Aracruz, no Espírito Santo, e abriu fogo contra professores e alunos na sexta-feira (25/11), responderá por ato infracional análogo a homicídio e a tentativa de homicídio, segundo a Polícia Civil do estado.

Duas das vítimas mortas tiveram seus corpos velados neste sábado em Aracruz: a professora Maria da Penha de Melo Banho, de 48 anos, que dava aula de artes e de alfabetização de crianças, e uma estudante de 12 anos.

Outra vítima é a professora de matemática Cybelle Passos Bezerra Lara, de 45 anos – seus familiares preferiram não realizar o velório no estado, pois a vítima é de Pernambuco. Seu corpo será cremado na Grande Vitória e as cinzas serão levadas ao su estado natal. 

Neste sábado, foi confirmada a morte de uma quarta pessoa, uma mulher de 38 anos cuja identidade não foi divulgada e que estava internada em estado gravíssimo.

Outras 12 pessoas ficaram feridas – nove pelo atirador e três enquanto fugiam. Entre elas, cinco seguem internadas, das quais duas professoras e duas crianças em estado grave.

Adolescente usou armas do pai policial militar

O atirador foi apreendido na tarde de sexta-feira e confessou o crime, e foi em seguida encaminhado ao Instituto de Atendimento Socioeducativo do Espírito Santo, em Cariacica, na Grande Vitória, segundo a polícia.

Ele havia estudado até junho na Escola Estadual Primo Bitti, o primeiro colégio atacado e onde duas professoras foram mortas. Depois, o atirador seguiu dirigindo um carro para a escola particular Centro Educacional Praia de Coqueiral, onde matou a estudante.

Duas mulheres se abraçando. Ao fundo, carros da polícia.
Pais de alunos da Escola Estadual Primo Bitti se confortam após o ataqueFoto: Kadija Fernandes/AFP

O adolescente é filho de um policial militar e, segundo as investigações, usou duas armas sob responsabilidade do pai, um revólver calibre .38 de propriedade privada e uma pistola calibre .40 que pertence à Polícia Militar, além de três carregadores. As armas e as munições foram apreendidas e encaminhadas para perícia.

O delegado João Francisco Filho afirmou que o adolescente estava tranquilo durante seu depoimento e não apresentou arrependimento.

O governador do estado, Renato Casagrande (PSB), decretou luto oficial de três dias.

Outros ataques

Nos últimos anos, o Brasil foi palco de outros ataques em escolas. Em 2021, um jovem de 18 anos invadiu uma creche do município catarinense de Saudades com um facão e matou duas funcionárias e três bebês menores de 2 anos.

Em 2019, dois ex-alunos de uma escola estadual em Suzano, na Grande São Paulo, mataram sete pessoas na unidade e deixaram 11 feridos. Um dos agressores acabou matando o comparsa e depois cometeu suicídio.

Em 2011, ocorreu um dos mais trágicos massacres em escolas brasileiras: o ataque do Realengo. Na ocasião, um ex-aluno de 23 anos invadiu a Escola Municipal Tasso da Silveira, na zona oeste do Rio de Janeiro, e disparou contra vários alunos de 13 a 15 anos, deixando 12 crianças mortas.

bl (ots)