Ataque com caminhão-bomba deixa dezenas de mortos na Somália
14 de outubro de 2017Um ataque com um caminhão-bomba neste sábado (14/10) deixou ao menos 30 mortos e dezenas de feridos, em sua maioria civis, em Mogadíscio, capital da Somália. A explosão, atribuída ao grupo jihadista Al Shabaab, ocorreu nas proximidades do hotel Safari, numa rua muito movimentada do centro da cidade.
De acordo com o policial Mohamed Hussein, o caminhão havia levantado suspeitas e estava sendo seguido por agentes no momento em que explodiu, por volta das 15h40 (hora local, ou 9h40 em Brasília). A polícia disse que há pessoas retidas nos escombros do hotel Safari, que foi amplamente destruído pela explosão.
O hotel se localiza nas proximidades do Ministério das Relações Exteriores da Somália e é frequentado principalmente por funcionários do governo, jornalistas e somalis que regressam do exterior. Forças de resgate trabalham na região onde ocorreu o atentado, que é o mais mortal na capital desde as eleições de fevereiro deste ano.
O comandante da polícia de Mogadíscio, Mahad Abdi Gooye, disse que um segundo caminhão-bomba explodiu perto da antiga sede da companhia aérea nacional Somali Airlines, no distrito de Wadajir.
O grupo extremista Al Shabab, com base na Somália, intensificou recentemente os ataques a bases do Exército nas regiões sul e central do país. Os terroristas não reivindicaram imediatamente a responsabilidade pelas explosões, mas o grupo geralmente tem como alvo regiões com a presença de funcionários do governo e estrangeiros.
A explosão perto do hotel Safari deixou uma trilha de destruição em um ponto muito movimentado da cidade, com vários corpos ensanguentados expostos. Janelas de prédios próximos foram destruídos, e carros queimaram na rua. "Havia um engarrafamento, e a rua estava cheia de carros e transeuntes", afirmou um garçom que trabalha num restaurante nas proximidades. "É uma tragédia."
A Al Shabaab, que em 2012 se filiou à rede terrorista Al Qaeda, controla parte do território no centro e no sul do país e tenta instaurar um Estado islâmico wahabista na Somália. O país vive em estado de guerra e caos desde 1991, quando o ditador Mohamed Siad Barre foi destituído, o que deixou o país sem governo efetivo e em mãos de milícia radicais islâmicas.
FC/efe/dpa/ap/afp