Ataque aéreo atinge campo de refugiados no Iêmen
30 de março de 2015Um ataque aéreo conduzido por uma coalizão militar liderada pela Arábia Saudita atingiu nesta segunda-feira (30/03) a área do campo de refugiados de Mazraq, no norte do Iêmen. Segundo a Organização Internacional de Migração (IOM, na sigla em inglês), 45 pessoas foram mortas e 65 feridas.
Segundo Joe Millman, porta-voz da IOM, ainda não se sabe quantas das vítimas são civis. As Nações Unidas também reportaram o incidente. "Foi confirmado que o campo [na província de Hajja] foi atingido. Sabemos que há mortos e feridos", disse um representante da ONU.
A organização Médicos Sem Fronteiras afirmou que corpos e feridos foram levados ao hospital do distrito de Haradh, próximo ao campo de refugiados. O ataque aéreo teria tido como alvo uma instalação militar nas imediações do local.
Uma coalizão liderada pela Arábia Saudita vem realizando ataques aéreos contra os rebeldes xiitas houthis no Iêmen desde a última quinta-feira. Nesta madrugada, os bombardeios se concentraram sobretudo na capital Sanaa, sob controle dos rebeldes.
Os houthis lutam para derrubar o presidente Abd Rabbuh Mansur al-Hadi, que fugiu escoltado para a Arábia Saudita, país que compartilha 1.500 quilômetros de fronteira com o Iêmen e que prometeu só interromper os bombardeios quando o chefe de Estado puder voltar em segurança para a capital.
A sunita Arábia Saudita e seus aliados se comprometeram a continuar os ataques até os houthis "se retirarem e entregarem as armas". O compromisso foi reiterado na cúpula da Liga Árabe no balneário egípcio de Sharm El-Sheik, no fim de semana, durante o qual o bloco regional também concordou em formar uma força militar pan-árabe para responder a crises como a que está ocorrendo no Iêmen.
No entanto, apesar dos ataques aéreos, o grupo rebelde Houthi parece estar continuando a avançar em direção à cidade portuária de Aden, no sul do país, de onde a Marinha Real da Arábia Saudita evacuou dezenas de diplomatas, incluindo sauditas, no fim de semana. As Nações Unidas também anunciaram que estavam retirando seu pessoal do Iêmen, devido à deterioração da segurança.
Entre os que lutam ao lado dos houthis estão forças leais ao ex-presidente Ali Abdullah Saleh, que deixou o cargo há três anos, depois de meses de violentos protestos contra o seu governo. Alega-se que os rebeldes são apoiados pelo também xiita Irã, algo que é negado tanto pela liderança houthi como por Teerã.
Última atualização às 12h (horário de Brasília).
LPF/rtr/afp/dpa