Wikileaks
15 de dezembro de 2010O fundador do portal WikiLeaks, Julian Assange, continuará detido pelo menos até a próxima esta quinta-feira 16/12), dia em que a Justiça britânica deverá analisar o recurso do procurador sueco contra a fiança decretada na terça-feira para o australiano, segundo anunciaram autoridades judiciárias nesta quarta-feira (15/12).
Um tribunal de Londres decidiu na terça-feira libertar Assange sob pagamento de fiança de 200 mil libras (cerca de 240 mil euros). Ele se encontra detido há uma semana devido a acusações de crimes sexuais na Suécia. À essa quantia, a ser paga em dinheiro, se somariam 40 mil libras por garantias adicionais de segurança.
No entanto, logo depois, a Justiça da Suécia anunciou que iria recorrer dessa decisão. Caso realmente seja solto, o australiano terá que usar um artefato para monitoramento eletrônico e deverá se apresentar todos os dias perante a polícia.
Michael Moore e Bianca Jagger contribuem para fiança
Até agora, quase a metade da quantia requerida pela Justiça britânica como fiança já foi arrecadada, segundo afirmou o advogado de Assange, Mark Stephens. Entre outras pessoas, colaboraram personalidades como o diretor americano Michael Moore, Bianca Jagger, ex-esposa do Rolling Stone Mick Jagger e o diretor de cinema inglês Ken Loach.
Stephens, entretanto, reclama que a prisão dificulta o acesso a seu cliente, para preparo de sua defesa legal. "Não posso ter contato com ele", lamentou o advogado. "Assim, não posso receber suas instruções."
Julian Assange é procurado na Suécia pelas denúncias de abusos sexuais feitas por duas mulheres residentes naquele país. Ele e seus seguidores afirmam que as acusações são infundadas e que a detenção do australiano tem motivos políticos.
Computadores da aeronáutica dos EUA bloqueiam sites
Alguns ativistas aliados ao portal WikiLeaks tornaram a bloquear a página na internet da Procuradoria Pública sueca, segundo o porta-voz da instituição. O site ficou inacessível durante 12 horas, desde a noite de terça-feira.
Enquanto isso, a Força Aérea dos Estados Unidos bloqueou, para o acesso de seus funcionários, os sites de meios de comunicação que publicam os despachos diplomáticos norte-americanos revelados pelo WikiLeaks, segundo informação da edição online do The Wall Street Journal.
Entre os veículos afetados estão o The New York Times, o britânico The Guardian, o espanhol El País, da Espanha, o francês Le Monde e a revista alemã Der Spiegel. Aqueles que tentam acessar essas páginas por um computador interno da Força Aérea dos EUA recebem na tela o aviso "acesso negado".
MD/dpa/afp
Revisão: Soraia Vilela