Assad diz que ataque químico na Síria foi "100% fabricado"
13 de abril de 2017O presidente da Síria, Bashar al-Assad, declarou que o ataque químico atribuído a seu regime foi "100% fabricado" para servir de pretexto à operação militar americana contra uma base aérea em seu país.
Em entrevista divulgada nesta quinta-feira (13/03) pela agência de notícias France Presse – a primeira desde o ataque químico em Khan Cheikhoun, em 4 de abril – Assad reiterou diversas vezes que seu Exército renunciou ao arsenal químico em 2013.
"Para nós, trata-se de um evento 100% fabricado" disse o presidente. "Nossa impressão é que o Ocidente, principalmente os Estados Unidos, é aliado dos terroristas. Eles fabricaram essa história para servir de pretexto para o ataque." Assad acrescentou que o poderio militar sírio não foi abalado pelos mísseis americanos.
O presidente americano, Donald Trump, e líderes ocidentais acusam Assad de estar por trás do uso de armas químicas contra a população civil em Khan Cheikhoun, que teriam sido lançadas a partir de aeronaves militares. O ataque deixou 87 mortos, entre os quais várias crianças, gerando indignação em todo o mundo.
A Síria negou a utilização de agentes químicos. Moscou, principal aliado do regime de Damasco, alegou que as mortes ocorreram após um bombardeio convencional atingir um depósito de "substâncias tóxicas" dos rebeldes.
O presidente russo, Vladimir Putin, chegou a afirmar ter informações de que os EUA iriam plantar substâncias químicas para acusar as autoridades sírias de usar esse tipo de armamento, justificando novos ataques americanos na Síria.
Na entrevista, Assad chegou a questionar se o ataque de fato ocorreu. "Existem muitos vídeos falsos. Não sabemos se aquelas crianças morreram em Khan Cheikhoun. Será que morreram mesmo?". Segundo o chefe de Estado sírio, seu país permitirá apenas "investigações imparciais" sobre o incidente.
Exames realizados por uma delegação britânica do órgão de fiscalização de armas químicas da ONU, a Organização para a Proibição de Armas Químicas (Opaq) em amostras retiradas de Khan Cheikhoun na semana passada confirmaram a presença do gás letal sarin.
RC/afp/rtr