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Artista alemão protesta contra mortes no Catar

Timothy Jones
21 de novembro de 2022

Um estádio de futebol foi ocupado por milhares de velas para homenagear os migrantes mortos no país sede da Copa do Mundo. Fifa e governo do Catar são acusados de priorizar lucro ao invés dos direitos humanos.

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Deutschland | Protestaktion des Künstlers Volker-Johannes Trieb in Herne gegen die WM in Katar
Foto: Thilo Schmuelgen/REUTERS

Uma imensidão de velas iluminou neste domingo (20/11) um estádio de futebol na cidade de Herne, no oeste da Alemanha, no momento em que se iniciava a controversa Copa do Mundo da Fifa no Catar.

A ação realizada por funcionários da agência de bem-estar dos trabalhadores AWO e do artista Volker-Johannes Trieb homenageou milhares de trabalhadores migrantes mortos na última década no Catar.

Gramado de um estádio com mais de 6,5 mil bolas de futebol cheias de areia com mensagens para conscientização
Mais de 6,5 mil bolas de futebol cheias de areia com mensagens para conscientização foram colocadas sobre o gramado Foto: Thilo Schmuelgen/REUTERS

Mais de 6,5 mil bolas de futebol preenchidas com areia, com mensagens gravadas para conscientizar as pessoas, foram colocadas sobre o gramado no estádio de Herne, refletindo outra estimativa do número de migrantes mortos, segundo dados de outros governos.

A ação recebeu o nome de "Consciência mundial, és um flagelo".

Antes do início do evento, o Catar negou as acusações de maus-tratos aos trabalhadores estrangeiros no país.

"Tratados como escravos"

Apesar de estatísticas que citam até 15 mil mortes incluírem todas os falecimentos de trabalhadores migrantes no Catar nos últimos dez anos, aproximadamente, Volker-Johannes Trieb culpa diretamente as preparações para a Copa do Mundo.

"O mundial de futebol custou as vidas de milhares de pessoas. Eles eram tratados como escravos e morreram pelo calor, exaustão, ou por precauções de segurança deficientes", disse o artista, em nota.

"A Fifa e o governo do Catar passaram por cima de cadáveres, e isso não pode ser ignorado em meio às celebrações da Copa do Mundo."

Apelo ao mundo do futebol

O presidente da ramificação local da AWO, Michael Scheffler, disse que a organização considera direitos humanos como algo não negociável.

Deutschland | Protestaktion des Künstlers Volker-Johannes Trieb in Herne gegen die WM in Katar
"O mundial de futebol custou as vidas de milhares de pessoas. Eles eram tratados como escravos", diz Volker-Johannes TriebFoto: Thilo Schmuelgen/REUTERS

"As vidas dos trabalhadores migrantes são mais importantes do que qualquer lucro. Com nossa ação, queremos fazer um apelo à consciência do mundo do futebol e lembrar as atrocidades que ocorreram na preparação para o campeonato mundial", afirmou.

"Eventos esportivos não devem jamais ser novamente entregues a anfitriões que violem direitos fundamentais."

A AWO e Trieb chamaram atenção em abril com um protesto em frente à sede da Fifa em Zurique, na Suíça, contra a escolha do Catar como sede da Copa.