Desabamento
3 de março de 2009O Arquivo Histórico Municipal de Colônia (oeste da Alemanha) desabou nesta terça-feira (03/03), levando abaixo também dois prédios vizinhos. Segundo as equipes de resgate, nove pessoas continuavam desaparecidas até o final da tarde. O número de vítimas só não foi maior porque pouco antes do desabamento os funcionários e visitantes do arquivo deixaram o local, assustados com ruídos na estrutura do prédio.
Em poucos instantes, o prédio de quatro andares construído na década de 1970 ruiu, levando abaixo outras duas construções vizinhas. Uma pessoa em estado de choque foi hospitalizada. Poucas horas após o incidente, eram registrados nove desaparecidos: um casal que morava no prédio vizinho e sete pessoas que estariam numa casa de fliperama que funcionava no prédio vizinho.
Peritos estão averiguando a estática das construções nas proximidades, para afastar a ameaça de novos desabamentos. As perdas são imensas. Segundo pesquisadores, "a memória da cidade" foi extinta. Eberhard Illgner, ex-diretor de um dos departamentos do arquivo, disse que os danos são maiores do que os causados pelo incêndio da Biblioteca Anna Amalia, de Weimar. Preciosidades dos dois mil anos da história da cidade de Colônia podem estar perdidas para sempre.
Catástrofe anunciada?
Segundo Illgner, a catástrofe foi anunciada: "Na semana passada, já havia indícios claros de fissuras na estrutura do prédio". Uma das possíveis causas do desabamento pode ser a obra de uma nova linha do metrô subterrâneo, que passa ao lado do local do incidente.
O responsável pelo departamento de obras do serviço de transportes públicos de Colônia, Rolf Papst, ressaltou que os trabalhos no túnel junto ao prédio que ruiu foram encerrados há mais de um ano e que ali estariam sendo feitos apenas "trabalhos menos importantes".
Segundo a prefeitura de Colônia, o Arquivo Histórico Municipal é o maior e mais completo ao norte dos Alpes. O arquivo registra mais de mil anos de história, reunindo documentos e manuscritos de, por exemplo, Karl Marx, Friedrich Engels e Napoleão, além do espólio de compositores e escritores, como Jaques Offenbach e Heinrich Böll.
Em seus 26 quilômetros de prateleiras, o arquivo reunia ainda 100 mil mapas e projetos, 50 mil cartazes e 500 mil fotografias. Nos últimos meses, já estava em debate a busca por um novo local para o arquivo, já que o atual prédio estava ficando pequeno.