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HistóriaEgito

Arqueólogos descobrem cidade de mais de 3 mil anos no Egito

9 de abril de 2021

Achado é um dos mais importantes desde a tumba de Tutancâmon, há quase um século, e está sendo chamado de "a maior cidade antiga do Egito" e "a cidade dourada perdida".

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Foto mostra as paredes de prédios da cidade.
Escavações revelaram paredes quase intactasFoto: Xinhua News Agency/picture alliance

Uma missão arqueológica descobriu uma cidade soterrada no Egito, com mais de 3.000 anos, perto de Luxor, no sul do país, anunciou nesta quinta-feira (08/04) o arqueólogo Zahi Hawass.

A descoberta é considerada uma das mais importantes desde a tumba de Tutancâmon, há quase um século, e está sendo chamada de "a maior cidade antiga do Egito" e "a cidade dourada perdida".

"Muitas missões estrangeiras procuraram por esta cidade e nunca a encontraram", declarou Hawass, que já foi ministro de Antiguidade do país.

Em um comunicado, a equipe de escavação disse que a cidade estava "perdida sob as areias". O local data do reinado de Amenófis 3º e continuou a ser usado nos anos seguintes pelos faraós Tutancâmon e Aí.

As escavações começaram em setembro de 2020, entre os templos de Ramessés 3º e Amenófis 3º, cerca de 500 quilômetros ao sul da capital, Cairo. Os arqueólogos buscavam o templo mortuário de Tutancâmon. No entanto, em algumas semanas, a equipe encontrou construções de tijolos de barro que se estendiam por várias direções.

Após sete meses de escavações, foi encontrada "uma grande cidade em bom estado, com paredes quase inteiras e salas cheias de ferramentas do dia a dia", explica o comunicado.

"As camadas arqueológicas permaneceram intactas por milhares de anos, deixadas como se fosse ontem pelos antigos residentes", acrescenta o texto.

Bairros inteiros, com áreas residenciais e administrativas, também foram encontrados, inclusive uma padaria, equipada com fornos.

A equipe está otimista quanto à possibilidade de descobertas ainda mais importantes, já que foram encontrados grupos de túmulos alcançados através de "escadas esculpidas na rocha", uma construção semelhante às encontradas no Vale dos Reis, onde várias tumbas foram descobertas, inclusive a de Tutancamôn.

Por isso, segundo os arqueólogos, a missão ainda "espera descobrir tumbas intactas cheias de tesouros".

Foto mostra restos de prédios. É possível ver com clareza parte das paredes.
Em algumas semanas, a equipe encontrou construções de tijolos de barro que se estendiam por várias direçõesFoto: Xinhua News Agency/picture alliance

Era de ouro dos faraós

Betsy Bryan, professora de arte e arqueologia egípcia na Universidade Johns Hopkins, nos Estados Unidos, descreveu a descoberta arqueológica como a "segunda mais importante desde a tumba de Tutancâmon".

Segundo ela, a cidade "nos dará um raro vislumbre da vida dos antigos egípcios na época em que o império foi mais rico".

Joias, vasos de cerâmica colorida, amuletos de escaravelho e tijolos de barro com os selos de Amenófis 3º também foram desenterrados e ajudaram a datar as descobertas.

Historiadores acreditam que Amenófis 3º herdou um império que se estendia do rio Eufrates, no atual Iraque e Síria, até o Sudão, e morreu por volta de 1354 a.C. Seu reinado, que durou mais de quatro décadas, foi marcado pela opulência e grandes monumentos, como os Colossos de Memnon – duas estátuas de pedra maciça perto de Luxor que representam ele e esposa.

Após anos de instabilidade política, desde a Primavera Árabe em 2011, que desferiu um duro golpe no setor de turismo do Egito, o país tenta trazer de volta visitantes, particularmente promovendo seu patrimônio histórico.

Desfile de múmias

Na semana passada, o Egito promoveu uma parada pública pelas ruas do Cairo com os restos mortais mumificados de 22 faraós.

Sob forte esquema de segurança, as múmias foram transportadas em carruagens por uma distância de sete quilômetros, do icônico Museu Egípcio até o novo Museu Nacional da Civilização Egípcia, onde elas ficarão em exibição a partir de agora.

No chamado "Desfile de ouro dos faraós", os 18 reis e quatro rainhas mumificados desfilaram pelas ruas do Cairo por ordem de idade, os mais antigos primeiro, cada um a bordo de um carro alegórico diferente, decorados em estilo egípcio antigo.

Os carros alegóricos dourados foram equipados com amortecedores, para garantir que nenhuma das relíquias sofresse danos durante a viagem de 40 minutos. As múmias foram ainda colocadas em cápsulas especiais, preenchidas com nitrogênio, para assegurar a preservação.

le/ek (AFP, ots)