Arma química da 1ª Guerra força evacuação de escolas alemãs
17 de setembro de 2019Duas escolas em Potsdam, nos arredores de Berlim, foram evacuadas nesta segunda-feira (16/09) após a descoberta de uma série de ampolas contendo agentes químicos irritantes que datam da época da Primeira Guerra Mundial (1914-1918). Quase mil alunos ficaram sem aula até que as autoridades recolhessem o material.
As ampolas foram encontradas por um grupo de operários que trabalham num terreno próximo às escolas Da Vinci e Bornstedter Feld 2º, de ensino fundamental e médio. Segundo as autoridades, alguns operários apresentaram irritações respiratórias quando o material foi encontrado. O terreno abrigou uma série de instalações militares durante a Primeira Guerra.
As autoridades de Potsdam deslocaram 45 bombeiros e 25 funcionários da prefeitura para o local para lidar com o material. Segundo os bombeiros, a quantidade de agentes químicos era pequena, e os alunos das escolas nas proximidades não correram perigo. Investigadores apontaram que os agentes encontrados eram de um tipo usado no passado para testar a eficácia de máscaras de gás militares.
Nesta terça-feira, as duas escolas retomaram as aulas. O terreno nas proximidades, onde o material foi encontrado, vai sediar no futuro um bloco residencial.
Normalmente, as autoridades da Alemanha costumam lidar com bombas e antigas munições da Segunda Guerra Mundial, e não com antigos artefatos químicos.
Quase 75 anos após o fim da Segunda Guerra, ainda existe um grande número de explosivos não detonados na Alemanha, país que foi alvo de intensos bombardeios durante o conflito.
Só neste ano no estado de Brandemburgo, onde fica Potsdam, as autoridades inutilizaram 300 toneladas de bombas, minas terrestres e granadas da Segunda Guerra. O estado desembolsou 12 milhões de euros para descartar o material.
Em junho, uma bomba da Segunda Guerra explodiu em uma plantação perto da cidade de Limburg, no oeste da Alemanha, abrindo uma enorme cratera. A explosão não deixou feridos, mas a detonação resultou em um buraco de dez metros de diâmetro e quatro de profundidade.
No início do mesmo mês, uma bomba americana de 100 quilos foi descobertadurante uma construção perto de um movimentado centro de compras de Berlim, forçando a retirada de cerca de 3 mil pessoas do local, até que o artefato fosse finalmente desarmado.
Especialistas afirmam que 10% das milhões de bombas lançadas sobre a Alemanha durante a guerra não explodiram.
Também não é incomum que frequentadores das praias no norte do país encontrem fragmentos de antigas bombas de fósforo, que podem ser confundidascom pedras de âmbar, uma resina fóssil usada na fabricação de joias.
JPS/ots
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