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TerrorismoAmérica Latina

Argentina identifica chefe do Hezbollah na América Latina

25 de outubro de 2024

Hussein Ahmad Karaki seria responsável por recrutar brasileiros a serviço do grupo libanês e, segundo autoridades do país, esteve envolvido em uma série de tentativas de ataques na região nos últimos anos.

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Soldados do Hezbollah do Líbano
Financiada pelo Irã, grupo libanês Hezbollah tem Exército poderosoFoto: Courtney Bonneau/Middle East Images/picture alliance

O governo argentino apontou nesta sexta-feira (25/10/2024) Hussein Ahmad Karaki como chefe operacional do grupo libanês Hezbollah na América Latina, pediu ajuda da Interpol para capturá-lo e acusou-o de estar por trás dos atentados à embaixada de Israel, em 1992, e ao prédio da associação judaica Amia, em 1994, ambos em Buenos Aires.

Falando a jornalistas, a ministra argentina da Segurança, Patricia Bullrich, descreveu Karaki como "o cérebro e recrutador do Hezbollah na América Latina" e disse que ele operou na região usando documentos do Brasil, Colômbia e Venezuela, mas que atualmente está no Líbano, onde nasceu.

Ainda segundo Bullrich, as informações são fruto de uma investigação conjunta com outros países da região.

"Queremos que o povo argentino saiba que Karaki esteve por trás dos atentados à embaixada, que foi ele quem comprou o carro-bomba", disse Bullrich, referindo-se ao ataque que deixou 29 mortos.

Ela ainda o acusou de ser o "chefe operacional" da milícia libanesa, "em linha direta com [Hasan] Nasrallah", numa referência ao líder morto no final de setembro por Israel.

Sem dar detalhes, a ministra também afirmou que Karaki "recebeu a ordem direta" também para o ataque contra a Associação Mutual Israelita Argentina (AMIA) em 1994, que fez 85 vítimas e deixou centenas de outros feridos.

Também o responsabilizou por uma série de tentativas de ataque na América Latina nos últimos anos, incluindo uma na Colômbia em 2021, outra na Bolívia contra empresários israelenses mediante o uso de um carro-bomba, além de uma tentativa recente em março deste ano no Peru.

Bullrich afirmou ainda que a Argentina colaborou com uma investigação da Polícia Federal em 2023 que teria frustradoplanos de ataques à comunidade judaica do Brasil, pouco depois dos ataques do Hamas contra Israel em 7 de outubro.

Karaki já estava no radar do Mossad

Um relatório do serviço de inteligência israelense Mossad identificou Karaki como suspeito de ter comandado o atentado à AMIA.

No documento, amplamente divulgado pela imprensa argentina e internacional em 2022, Karaki já era apontado como responsável pela compra da caminhonete Ford F-100 usada no ataque à embaixada de Israel.

Embora várias investigações sobre os dois atentados à comunidade judaica de Buenos Aires tenham apontado para o Hezbollah, até agora só o Irã foi condenado pela Justiça argentina como mandante do atentado à AMIA, em abril deste ano.

Há mandados de prisão pendentes contra vários ex-funcionários do regime iraniano – apoiador de primeira hora do Hezbollah.

A milícia libanesa é considerada uma organização terrorista por diversos países do Ocidente.

ra (efe, ots)