Argentina bate Holanda nos pênaltis e enfrenta Alemanha na final
10 de julho de 2014Em jogo fraco, com poucas chances de gol, Holanda e Argentina precisaram ir à disputa por pênaltis nesta quarta-feira (09/07), em São Paulo, para definir o adversário da Alemanha na grande final da Copa do Mundo de 2014.
Depois de não balançarem as redes em 120 minutos de partida, o goleiro argentino Sergio Romero defendeu as cobranças de Ron Vlaar e Wesley Sneijder, e a Albiceleste venceu por 4 a 2.
Argentina e Alemanha fazem agora a reedição da final da Copa de 1990, justamente a última vez que os alemães levantaram a taça e a última vez que os argentinos estiveram na final.
O jogo
A Holanda começou a partida com a surpresa da volta de Nigel De Jong entre os titulares. O volante havia sofrido uma lesão muscular durante a partida contra o México pelas oitavas de final, e a própria comissão técnica da seleção holandesa chegou a confirmar que o jogador estava fora do torneio. Mas a "recuperação milagrosa" foi providencial. De Jong anulou Lionel Messi no primeiro tempo. O volante, que ficou conhecido pela voadora em Xabi Alonso na final de 2010, acompanhou o craque argentino em todos os cantos do gramado.
Se Messi não teve folga, o mesmo se repetiu com Arjen Robben. O principal jogador desta campanha holandesa tocou insignificantes seis vezes na bola no primeiro tempo e não ganhou uma disputa de bola sequer. Os dois astros eram bem marcados, e a ausência deles no jogo reflete bem um primeiro tempo sem grandes chances de gol.
Apenas em bolas paradas, as duas seleções deram um pouco de trabalho aos goleiros. Aos 14 minutos, Messi cobrou falta, com força e no canto de Cillessen, que defendeu com segurança. Aos 23, Lavezzi cobrou escanteio, e o zagueiro Garay se jogou na bola, mas a cabeçada saiu pela linha de fundo. A melhor chance holandesa veio de um escanteio de Sneijder. O goleiro argentino tirou de soco, e a bola sobrou para o próprio Sneijder, que emendou para boa defesa de Romero.
A partida foi muito estudada, e nenhuma das duas seleções se expôs. A Argentina levou leve vantagem na posse de bola (53%) e conseguiu incomodar mais a defesa adversária no primeiro tempo. E a situação não mudou muito nos segundos 45 minutos. Aos 12, Lavezzi cruzou na pequena área para Higuaín, mas Janmaat se antecipou e fez o corte providencial. Provavelmente a melhor chance de gol do jogo inteiro.
O equilíbrio entre as duas equipes deixava a partida ruim tecnicamente e dura de assistir. Enquanto a Holanda tentava usar Robben e sua velocidade, a Argentina se limitou a tentar colocar a bola para Higuaín finalizar. Aos 29, parte da torcida chegou a gritar gol. Enzo Pérez cruzou e o centroavante do Napoli mandou para a rede, mas pelo lado de fora. Higuaín, porém, estava impedido.
A Holanda esperou a partida inteira por uma única chance, para dar a espetada mortal. E ela veio nos acréscimos do segundo tempo. Robben tabelou com Sneijder e invadiu a área, mas na hora do chute ele adiantou a bola demais e Mascherano, com o bico da chuteira, conseguiu colocar para escanteio. Este foi o primeiro toque holandês na bola dentro da área argentina na partida inteira. E o jogo que não mereceu gols brindou a torcida presente na Arena São Paulo com mais 30 minutos de bola rolando.
Na prorrogação, a Holanda mostrou o seu melhor preparo físico e procurou definir o confronto antes das cobranças por pênaltis. Aos seis, Robben chegou a fazer fila, com direito a caneta em Demichelis, dentro da grande área, mas tentou o cruzamento ao invés do chute. O atacante do Bayern de Munique arriscou de fora da área aos oito minutos, e Romero defendeu com segurança.
Já no segundo tempo da prorrogação, a partida voltou ao equilíbrio monótono e extremamente cuidadoso dos 90 minutos regulamentares. A grande chance acabou na cabeça de Rodrigo Palacio. Aos dez minutos, ele recebeu a bola livre na grande área e tentou encobrir de cabeça o goleiro holandês. Mas Cillessen fez fácil defesa.
Na sequência, foi a vez de Maxi Rodríguez ter a chance de garantir a classificação, mas o meia pegou mal na bola e recuou para Cillessen. O gol não queria sair em São Paulo, e o segundo finalista foi decidido da marca da cal.
Nas cobranças, o goleiro argentino Sergio Romero defendeu os chutes de Ron Vlaar e Wesley Sneijder e garantiu a Argentina na final da Copa do Mundo. A decisão, que será realizada no próximo domingo (13/07), no Maracanã, é a reedição justamente do último título mundial da Alemanha, conquistado em 1990. Depois de 24 anos, Alemanha e Argentina se reencontram na final da Copa do Mundo.
Ficha técnica
Holanda 0 (2) x 0 (4) Argentina
Local: Arena São Paulo, São Paulo
Arbitragem: Cuneyt Cakir (Turquia) auxiliado por seus compatriotas Bahattin Duran e Tarik Ongun.
Pênaltis:
Holanda: Ron Vlaar (x), Arjen Robben (√), Wesley Sneijder (x), Dirk Kuyt (√)
Argentina: Lionel Messi (√), Ezequiel Garay (√), Sergio Agüero (√), Maxi Rodríguez (√)
Cartões amarelos: Bruno Martins Indi (43'/1T), Martín Demischelis (3'/2T), Klaas-Jan Huntelaar (14'/1P)
Holanda: Jasper Cillessen; Dirk Kuyt, Ron Vlaar, Stefan De Vrij, Bruno Martins Indi (Daryl Janmaat 1'/2T), Daley Blind; Nigel De Jong (Jordy Clasie 16'/2T), Georginio Wijnaldumg, Wesley Sneijder; Arjen Robben e Robin van Persie (Klass-Jan Huntelaar 5'/1P). Técnico: Louis van Gaal.
Argentina: Sergio Romero; Pablo Zabaleta, Martín Demichelis, Ezequiel Garay, Marcos Rojo; Javier Mascherano, Lucas Biglia, Enzo Pérez (Rodrigo Palacio 35'/2T); Lionel Messi, Ezequiel Lavezzi (Maximiliano Rodríguez 10'/1P) e Gonzalo Higuaín (Sergio Agüero 36'/2T). Técnico: Alejandro Sabella.