Após derrota em referendo, Renzi anuncia renúncia
4 de dezembro de 2016Em referendo realizado neste domingo (04/12), eleitores italianos rejeitaram uma reforma constitucional proposta pelo primeiro-ministro, Matteo Renzi, apontam pesquisas de boca de urna. O premiê, que havia dito que renunciaria caso o "não" vencesse, cumpriu a promessa e anunciou que deixará o cargo.
"A experiência do meu governo termina aqui", disse Renzi em coletiva de imprensa pouco mais de uma hora após o fechamento das urnas. Ele descreveu a vitória do "não" como "extraordinariamente clara".
"Não consegui levar o 'sim' à vitória", reconheceu o premiê, visivelmente emocionado. "Assumo toda a responsabilidade pela derrota."
Sondagens da emissora pública Rai indicam que o "não" recebeu de 58% a 60% dos votos, contra 40% a 42% para o "sim". Duas outras pesquisas, encomendadas pelas emissoras Mediaset e La7, também atribuíram ao "não" entre 56% e 60% dos votos.
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A reforma constitucional alteraria 47 dos 139 artigos da Constituição italiana, mas as principais mudanças atingiriam o Senado, que perderia muitas de suas competências legislativas e passaria a ter um caráter mais consultivo e de representação das regiões italianas.
Ao anunciar antes do pleito que renunciaria em caso de vitória do "não", Renzi provocou temores de que a Itália mergulhasse numa nova fase de incerteza política e econômica.
Renzi, de 41 anos, assumiu o cargo em 2014, apresentando-se como um político contrário ao establishment disposto a reformar as instituições do país. No entanto, até o momento suas reformas tiveram pouco impacto, e a oposição reivindicou o slogan anti-establishment.
O Ministério do Interior informou pouco depois do final da votação que a participação chegou a 68,99% do eleitorado. Mais de 51 milhões de italianos tinham sido convocados a votar no referendo. Renzi falou numa "festa da democracia" ao elogiar o grande comparecimento às urnas.
O ministro das Finanças, Carlo Padoan, é o favorito para substituir Renzi.
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