Após decapitação de britânico, Cameron promete luta dura contra EI
14 de setembro de 2014O primeiro-ministro britânico, David Cameron, disse no domingo (14/09) que vai tomar todas as medidas necessárias para ajudar a coalizão internacional encabeçada pelos EUA para derrotar o “Estado Islâmico” (EI). A declaração ocorre após a divulgação pelo grupo jihadista, no sábado, de um vídeo que mostra a decapitação de um escocês, que trabalhava em uma agência de ajuda humanitária na Síria.
Cameron disse que o Reino Unido está disposto a “tomar todas as medidas necessárias” após David Haines se tornar o terceiro refém ocidental a ser decapitado, em menos de um mês, pelo grupo jihadista que atua no norte do Iraque e Síria. No mesmo vídeo, os extremistas ameaçam de morte outro refém britânico, Alan Henning, que está em poder do grupo.
“Nós vamos caçar os responsáveis e levá-los à Justiça, qualquer que seja o tempo necessário para isso. Passo a passo devemos combater, desmantelar e, finalmente, destruir o EI e o que ele representa. Nós iremos fazer isso de uma maneira calma e deliberada, mas com uma determinação ferrenha”, afirmou o premiê, que não confirmou se o Reino Unido vai se juntar nos anunciados ataques aéreos com os EUA.
Ele disse, ainda, que o Reino Unido não vai destruir o grupo jihadista por conta própria, mas vai trabalhar em conjunto com os aliados, “não apenas os EUA e a Europa, mas com nossos aliados na região”. As declarações foram dadas após uma reunião de emergência do governo britânico para discutir as reações à execução.
Cameron sublinhou que deve enviar dois aviões de combate e dois aparelhos de reconhecimento para o esforço militar comandando pelos EUA, mas afastou o envio de militares britânicos para atuar em terra. Apesar das declarações, ele não deixou claro sobre a eventual participação do Reino Unido na luta contra os jihadistas.
De acordo com a família, David Haines foi sequestrado em março de 2013 na Síria. O pai de duas filhas trabalhava para a organização humanitária francesa Acted. O ministério das Relações Exteriores britânico informou que o vídeo da decapitação é autêntico. Segundo o vídeo, a decapitação seria uma vingança por conta da participação britânica junto à aliança americana que visa à destruição do EI.
Aliança contra o EI
A Austrália se converteu no primeiro país a informar detalhes sobre o número de tropas e aviões que vai ceder à coalizão internacional liderada pelos EUA para combater os militantes do EI no norte do Iraque. Vários países já informaram apoio à aliança, porém, o país foi o primeiro a tornar público detalhes sobre a tropa a ser enviada.
O primeiro-ministro australiano, Tony Abbott, afirmou no domingo que uma força de 600 militares – composta por 400 homens da Força Aérea e 200 homens das Forças Especiais – vai ser enviada a uma base militar dos EUA nos Emirados Árabes Unidos. Além disso, os australianos vão disponibilizar oito caças Super Hornet, um avião de abastecimento e outro de logística.
FC/rtr/afp/lusa