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Escócia volta a defender referendo para deixar Reino Unido

24 de junho de 2016

Primeira-ministra diz que escoceses enfrentam perspectiva de deixar a União Europeia contra a sua vontade, já que Escócia votou em peso pela permanência no bloco europeu. Separatismo avança também na Irlanda do Norte.

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Nicola Sturgeon
Nicola Sturgeon: "A opção por um segundo referendo deve estar em cima da mesa e está em cima da mesa"Foto: Reuters/C. Kilcoyne

A primeira-ministra da Escócia, Nicola Sturgeon, afirmou nesta sexta-feira (24/06) que um segundo referendo pela independência da Escócia está "em cima da mesa" por causa da decisão dos eleitores do Reino Unido de sair da União Europeia (UE).

"A opção por um segundo referendo deve estar em cima da mesa e está em cima da mesa", disse a líder do Partido Nacional Escocês (SNP), que é pró-UE , acrescentando que seu governo já está trabalhando para a aprovação de legislação que permita uma nova consulta popular nos mesmos moldes da realizada em 2014.

"Da forma como estão as coisas, a Escócia enfrenta a perspectiva de ser retirada da UE contra a sua vontade. Considero que isso é democraticamente inaceitável", disse ela.

Segundo Sturgeon, um novo referendo deve ser convocado porque houve "uma alteração material significativa nas circunstâncias em relação ao momento em que a Escócia votou contra a independência", em 2014.

De acordo com a primeira-ministra, a derrota dos separatistas naquele ano ocorreu em parte porque os partidários da união convenceram os escoceses de que deixar o Reino Unido significaria que a Escócia corria o risco de ficar de fora da União Europeia, que é justamente o que está ocorrendo agora.

No referendo desta quinta-feira, 62% dos escoceses votaram pela permanência do Reino Unido na UE – em contraste com a Inglaterra, onde 53,4% dos eleitores apoiaram a saída.

Em setembro de 2014, o governo escocês, então liderado por Alex Salmond, convocou um referendo sobre a independência da região. Os separatistas só conseguiram 45% dos votos, contra 55% que apoiaram a manutenção da unidade do Reino Unido.

Além de defender um novo referendo, Sturgeon disse que pedirá a Londres para que o governo central permita que o Executivo de Edimburgo se envolva em todos os passos da negociação da saída do Reino Unido da UE. A escocesa também informou que vai pedir uma reunião com o presidente da Comissão Europeia, Jean Claude Juncker.

Irlanda do Norte

A população da Irlanda do Norte também optou por permanecer na UE, com 55,8% dos votos. O resultado também começou a alimentar sentimentos separatistas. O partido nacionalista Sinn Féin anunciou nesta sexta-feira que vai apoiar uma consulta na Irlanda do Norte sobre a unificação do país com a República da Irlanda – que é membro da UE.

"Temos uma situação em que o Norte vai ser arrastado para fora da União Europeia por causa de uma votação na Inglaterra. O Sinn Féin vai fortalecer o seu pedido, sua exigência de longa data, para uma votação sobre a unificação", afirmou Declan Kearney, presidente do partido,

De acordo com o jornal The Independent, o vice-primeiro-ministro da Irlanda do norte, Martin McGuinness, também apoia a consulta.

JPS/dpa/lusa