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Após 60 anos, coreanos separados por guerra se reencontram

20 de outubro de 2015

Visita negociada pelas duas Coreias com apoio da Cruz Vermelha permite que centenas de sul-coreanos revejam parentes que vivem isolados na Coreia do Norte. Mais de 65 mil pessoas ainda esperam por um reencontro.

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A sul-coreana Lee Soon-kyu (esq.), de 85 anos, reencontra seu marido norte-coreano, Oh In Se, de 83 anosFoto: picture-alliance/AP Photo/Yonhap/K. Do-hoon

Após mais de seis décadas do fim da Guerra da Coreia, cerca de 400 sul-coreanos puderam viajar nesta terça-feira (20/10) à Coreia do Norte para se reencontrar com familiares que vivem no país comunista.

A visita de três dias, que ocorre na região montanhosa de Kumgangsan, foi autorizada em setembro, após negociações entre integrantes da Cruz Vermelha dos dois países.

"Não dormi a noite toda", disse o sul-coreano Lee Joo-Kuk, de 82 anos, que viajou para encontrar o irmão. "Nossa família tinha certeza de que ele estava morto. Até fizemos rituais em memória dele. Mas, então, recebi a notícia de que ele está vivo e quer nos ver. É como se ele tivesse ressuscitado."

O emocionante reencontro entre a sul-coreana Lee Soon-kyu, de 85 anos, e o marido Oh In Se, de 83 anos, também foi captado por jornalistas que acompanham a visita.

Mais de 65 mil sul-coreanos estão na lista de espera para reencontrar os parentes que não veem desde o fim da Guerra da Coreia (1950-1953), que consolidou a divisão da península. O último encontro do tipo aconteceu em fevereiro de 2014.

As reuniões são resultado da cúpula das Coreias, realizada em 2000, e se esperava que acontecessem anualmente, mas o evento de outubro será apenas o segundo em cinco anos.

Os sul-coreanos chegaram numa caravana de ônibus a Kumgangsan, levando roupas, medicamentos, comida e dólares em espécie para os familiares que vivem na pobreza.

A Coreia do Norte, comandada por um governo comunista, está isolada e é um dos países de mais difícil acesso do mundo, enquanto a Coreia do Sul tem um governo democrático.

A maioria dos que foram separados pela guerra morreu sem ter tido a chance de rever seus familiares, e muitos outros não têm a possibilidade de contatar os parentes por telefone ou cartas.

De acordo com a programação oficial do encontro atual, os familiares terão seis encontros nos próximos três dias, cada um com duração de duas horas. A maioria dos escolhidos para a vista tem mais de 80 anos de idade.

KG/afp/dpa