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Ao assumir Orçamento, Tebet diz que pobres serão prioridade

6 de janeiro de 2023

Cerimônia de posse para o Ministério do Planejamento e Orçamento ocorreu no Planalto, com a senadora defendendo responsabilidade fiscal, combate à inflação e a aprovação da reforma tributária.

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Simone Tebet está com uma roupa vermelha, caminhando e falando ao celular.
Ministra afirmou que pobres terão prioridade, mas também destacou importância da responsabilidade fiscal e da aprovação da reforma tributáriaFoto: Alexandre Brum/Ag. Enquadrar/ZUMAPRESS.com/picture alliance

Em cerimônia no Palácio do Planalto, a senadora Simone Tebet (MDB-MS) tomou posse nesta quinta-feira (05/01) como ministra do Planejamento e Orçamento, ministério que foi recriado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e que, anteriormente, durante o governo de Jair Bolsonaro (PL), integrava o Ministério da Economia.

Durante a posse, ao agradecer a Lula pela nomeação, ela disse que estava assumindo um dos ministérios "mais importantes" do atual governo.

"Que as minhas primeiras palavras sejam de gratidão a Deus, por este momento. Ao presidente Lula, por me confiar uma das mais importantes pastas de seu governo. O Brasil passa direta ou indiretamente pelo Ministério do Orçamento. O futuro do Brasil passa, necessariamente, pelo Ministério do Planejamento", disse.

Lula, no entanto, não esteve presente. Até agora, o presidente compareceu apenas à cerimônia de posse do vice, Geraldo Alckmin, que será ministro do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.

Além de deputados e senadores e do ex-presidente José Sarney, estiveram na posse de Tebet as ministras Anielle Franco (Igualdade Racial) e Esther Dweck (Gestão), e os ministros Fernando Haddad (Fazenda) e Rui Costa (Casa Civil).

Tebet destacou que os pobres serão tratados como prioridade pela pasta.

"Os pobres estarão na prioridade do orçamento público. Não apenas eles: a primeira infância, os jovens, os idosos, as mulheres, os negros, os povos originários, pessoas com deficiência, LGTBQIA+ estarão no orçamento", afirmou.

Tebet também ressaltou a importância de manter um trabalho focado na responsabilidade fiscal: "Nosso papel, sem descuidar da responsabilidade fiscal, da qualidade dos gastos públicos, é colocar o brasileiro no orçamento", disse, defendendo ainda a reforma tributária e o combate à inflação e aos juros altos.

Depois, a ministra admitiu que tem divergências econômicas com outros integrantes que envolvem o tema, a exemplo do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Mas essa característica, segundo ela, na visão de Lula, é uma vantagem, e não um problema.

Ela afirmou que, ao informar o presidente sobre tais divergências, teria sido ignorada, como se Lula quisesse dizer que uma sociedade democrática só pode ser construída com pensamentos diferentes.

A ministra do Planejamento e Orçamento também teceu duras críticas ao governo do ex-presidente Jair Bolsonaro.

"Nos últimos anos, faltou vacina, faltou comida, faltou remédio, faltou emprego, faltou educação, faltou cultura. Faltou sustentabilidade. Faltou vida. O negacionismo do ex-presidente deixou, como legado, um país com 33 milhões de pessoas passando fome", disse Tebet, no seu discurso.

Quem é Simone Tebet

Filha do ex-ministro e ex-senador Ramez Tebet (1936-2006), Simone Tebet tem 52 anos e entrou oficialmente para a política em 2002, quando foi eleita deputada estadual em Mato Grosso do Sul.

Entre 2005 e 2010, comandou a prefeitura de Três Lagoas, a antiga base eleitoral de seu pai. Posteriormente, exerceu o cargo de vice-governadora do estado durante a administração de André Puccinelli. Em 2014, foi eleita para o Senado Federal.

Como senadora, em 2016, votou a favor do impeachment da presidente Dilma Rousseff e apresentou um projeto que previa pagamento de indenizações em dinheiro para fazendeiros em áreas que fossem consideradas indígenas. O texto foi alvo de críticas de organizações ambientais e de defesa dos direitos humanos e acabou sendo retirado em 2018.

No Senado, Tebet também ganhou destaque por sua atuação na CPI da Pandemia, especialmente durante o depoimento do deputado federal Luis Miranda (DEM-DF), que tratou de acusações de fraude na compra de vacinas.

Na comissão, criticou regularmente a gestão do governo Bolsonaro durante a crise sanitária. Ainda no Senado, também foi a primeira mulher a ocupar a presidência da Comissão de Constituição e Justiça (CCJ), o colegiado mais importante da Casa.

Na mais recente eleição presidencial, terminou em terceiro lugar com 4% dos votos, atrás de Lula e Bolsonaro, mas apoiou o petista no segundo turno.

gb (Lusa, ots)