Ano de 2014 foi um dos mais seguros para a aviação
25 de março de 2015No ano passado, a Associação Internacional de Transporte Aéreo (Iata, na sigla em inglês) registrou 12 acidentes aéreos fatais envolvendo aeronaves, com um total de 641 vítimas. Entre 2009 e 2013, a média, segundo a entidade, foi de 19 acidentes e 517 mortos por ano.
De acordo com o relatório da Iata, em 2014 ocorreu um acidente de avião a cada 4,4 milhões de voos. A proporção é de 0,23 acidente por milhão de voos sendo, portanto, o nível mais baixo da história da aviação. Em 2013, a quota ficou em 0,41.
"Embora a questão da segurança da aviação tenha estado uma boa parte do ano nas primeiras páginas dos jornais, é seguro viajar de avião", afirmou o presidente da Iata, Tony Tyler, em 9 de março, em Hong Kong. Ele garantiu que, desde o desaparecimento misterioso do voo MH 370 da Malaysia Airlines, todos no setor da aviação civil concordam que o sistema de rastreamento de aviões precisa ser melhorado.
A Malaysia Airlines foi afetada no ano passado por um segundo acidente aéreo grave. Mas o do voo MH17, em julho, no leste da Ucrânia, não foi incluído no relatório Iata, por não ser considerado um acidente. O governo ucraniano e o Ocidente acreditam que o avião foi abatido por rebeldes pró-russos.
Questão da segurança
Mas, precisamente, por causa destes dois acidentes, 2014 foi também um ano excepcionalmente trágico. Mesmo que os números da Iata sugiram outra coisa, como questionou a renomada revista especializada Aero International: "Será que os tempos seguros ficaram para trás?"
A publicação analisou o balanço anual do Jet Airliner Crash Data Evaluation Centre (Jacdec), que chega a número diferentes da Iata. Segundo ele, em todo mundo, houve 970 mortes na aviação comercial, cifra quase quatro vezes maior do que no ano anterior (251). O Jacdec é um site é operado pelos autores Jan-Arwed Richter e Christian Wolf, que oferecem, sob este nome, um ranking de segurança de voo das companhias aéreas.
A Aviation Safety Network (ASN), também especializada em acidentes aéreos, chega, em suas estatísticas, devido a um método de contagem diferente, a 990 mortos. Entretanto, ainda considera o ano um dos mais seguros na história, devido ao total de 33 milhões de voos, concordando com a conclusão da Iata. Segundo a análise, isso corresponde a uma morte a cada 4,1 milhões de voos. De 2011 a 2013, o número anual de mortes na aviação mundial permaneceu constante, abaixo de 500.
Baixo risco
Pesquisadores também estimam o risco de se morrer em um acidente aéreo como extremamente baixo. Eles apontam, ainda, que a indústria tenta desvendar a causa de cada pequeno incidente para evitar um futuro acidente similar.
Os três acidentes com o maior número de mortes em 2014 ocorreram em conexão com companhias aéreas da Malásia. O primeiro ocorreu em março, quando o voo MH370, da Malaysia Airlines, com 239 pessoas a bordo, desapareceu misteriosamente.
Depois foi o voo MH17, da mesma empresa, que possivelmente foi alvejado por artilharia antiaérea ao sobrevoar o leste da Ucrânia em julho, quando ia de Amsterdã a Kuala Lumpur, com 298 pessoas a bordo. E de alguns dias antes do final do ano, a terceira tragédia para a aviação malaia: a queda de um Airbus da AirAsia a caminho de Cingapura. Nesse caso, é provável que o acidente tenha conexão com condições meteorológicas extremas – como o que ocorreu com um modelo McDonnell Douglas MD-83, operado pela Air Algérie, que caiu em julho sobre a África Ocidental.
O número de passageiros da aviação comercial atingiu um novo recorde no ano passado. Cerca de 3,3 milhões de pessoas foram transportadas em todo o mundo desde o início de fevereiro, de acordo com dados da Iata.
Foram vendidos cerca de 170 milhões de tickets a mais em relação ao ano anterior. Foram registrados aumentos sobretudo no Oriente Médio (13%), região Ásia-Pacífico e na América Latina (5,8%, cada). Logo atrás, estão as companhias aéreas europeias, com aumento de 5,7%. A Iata reúne cerca de 250 companhias aéreas, responsáveis por um total de 84% do transporte aéreo internacional.