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Ampliação da União Européia acentuará abismo entre ricos e pobres

Paulo Chagas29 de janeiro de 2002

A União Européia irá entrar na fase final das negociações com os países que desejam ingressar na comunidade a partir de 2004. A admissão desses países irá ampliar as diferenças econômicas.

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A maioria dos países candidatos a ingressar na União Européia são mais pobres do que as regiões mais pobres da atual UE, constituída de 15 países.

O Produto Interno Bruto (PIB) da Polônia, por exemplo, não atinge nem 40% da média da UE, conforme divulgou na terça-feira (29), a Agência Européia de Estatísticas, em Luxemburgo. A ilha de Reunião e a Guiana Francesa, assim como a região de Ipeiros, na Grécia, são as regiões mais pobres da UE. Seu PIB atinge 51% da média européia.

Dos treze países candidatos à admissão, nove têm PIB inferior ao das regiões mais pobres. A Hungria, com 50% do PIB médio europeu, é um dos candidatos em melhor posição. O PIB dos três países bálticos – Estônia, Lituânia e Letônia – chega respectivamente a 37%, 33% e 29% da média da UE.

O mais pobre dos candidatos é a Romênia, cujo PIB mal chega a 23% da média. O PIB da Turquia, que não é oficialmente candidata, atinge 26%. O da Polônia 39%, o da Eslováquia 48%. Em melhor posição estão Chipre, com 85%, Eslovênia ( 68%), República Tcheca (59%) e Malta (55%).

Abismo entre ricos e pobres

– A ampliação da União Européia pode incrementar a tendência atual de se criar um abismo entre as regiões ricas e pobres da UE. O PIB das regiões economicamente mais desenvolvidas é duas vezes superior à média européia. No topo está Londres, com índice de 242%, seguida de Bruxelas, com 217%, Luxemburgo, com 186% e Hamburgo, com 183%.

Na quarta-feira (30), a Comissão da União Européia irá definir as diretrizes para a última fase de negociação com os países candidatos. Serão abordadas, entre outras, as difíceis questões da agricultura e dos subsídios ao desenvolvimento regional.