Amapá: a rotina no escuro
Os amapaenses lutam para tentar manter a rotina em meio a constantes apagões de energia. A crise castiga especialmente os mais pobres, que também foram afetados por enchentes do último domingo (22/11).
Sobrevivência
Com a casa invadida pela água e sem energia, Ruan Oliveira observa a rua alagada: “Parece que 2020 veio ao Amapá para podermos colocar no currículo ‘eu sobrevivi a 2020’”, comenta
Laternas
Com os apartamentos tomados pelo calor e sem o alívio de ventiladores ou aparelhos de ar-condicionado, moradores têm dificuldade para dormir. Muitos ficam acordados nas calçadas enquanto a energia não retorna
Sustento ameaçado
Produtor de polpa de açaí e morador de uma área alagada da capital Macapá, Sebastião Pereira se preocupa que o produto que o sustenta estrague com a inundação e os apagões
Falta água
Diarista e moradora de uma área alagada, Francinete Almeida, 30 anos, luta diariamente, às vezes até 1h da manhã para obter água tratada para ela e outras 17 famílias que vivem em palafitas. O problema, que já existia antes, se agravou com a crise de fornecimento de água tratada em Macapá
Contaminação
Nos bairros mais pobres da capital Macapá as casas e pontes se erguem sobre um lago de água contaminada com lixo e esgoto. Canos de abastecimento passam em meio a esse material, tornando comuns doenças digestivas. Nas últimas semanas a rede pública vem registrando alta no número de crianças com diarreia, vômitos e outros problemas semelhantes
Baldes
Antes mesmo da pandemia o Amapá tinha 46% da população vivendo abaixo da linha da pobreza, e mais de 60% trabalhando na informalidade e vivendo em bairros improvisados em áreas alagadas. Muitas pessoas não possuem caixa d’água e tem que estocar água em baldes.
Viagem no tempo
Glenda Dantas, estudante universitária de 23 anos, se mostra acostumada com tarefas comuns, como tomar banho ou se maquiar, à luz de velas. “Quando acaba vela, há gente fazendo lamparina com barbante e óleo de soja; parece uma volta no tempo”
Escuridão
Mesmo com a ativação, no último sábado (21/11), de geradores termoelétricos, o racionamento continua na capital Macapá. A situação deve ser normalizada somente a partir de 26 de Novembro, quando um transformador vindo do sul do Estado, deve ser instalado na subestação de Macapá, responsável pelo apagão que atinge o Estado desde 3 de novembro