Alto funcionário do regime norte-coreano viaja aos EUA
29 de maio de 2018Um dos oficiais de mais alta patente do regime norte-coreano deixou o país nesta terça-feira (29/05) com destino aos Estados Unidos, duas semanas antes de uma possível cúpula entre os líderes dos dois países, em Cingapura, comunicou a agência sul-coreana de notícias Yonhap.
O general Kim Yong-chol, vice-presidente do Comitê Central do Partido dos Trabalhadores, aterrissou nesta terça-feira em Pequim, de onde parte na quarta-feira para Nova York. Na metrópole americana, Kim deverá se reunir com o secretário de Estado dos EUA, Mike Pompeo, ou até mesmo com o presidente americano, Donald Trump, detalhou a Yonhap.
Na manhã desta terça, Trump confirmou que Kim Yong-chol está a caminho de Nova York e que reuniões estão sendo realizadas para discutir a cúpula com a Coreia do Norte.
Trata-se da primeira visita de um alto funcionário de Pyongyang aos Estados Unidos desde 2000, quando o militar Jo Myong-rok teve um encontro com o então presidente Bill Clinton.
Kim Yong-chol, que é também diretor do Departamento da Frente Unida, responsável por assuntos intercoreanos, é uma das figuras do regime norte-coreano atingida pelas sanções impostas pelo Conselho de Segurança da ONU e pelo Departamento do Tesouro dos EUA.
Ele foi acusado de estar por trás de ataques contra alvos sul-coreanos em 2010, incluindo o lançamento de torpedo contra um navio de guerra que matou 46 marinheiros da Coreia do Sul, assim como a invasão cibernética de 2014 da produtora de filmes Sony Picture.
Segundo a Yonhap, Kim e a sua delegação tinham um voo esta terça-feira para Washington, mas mudaram para outro com destino a Nova York.
A visita de Kim pode ser parte dos preparativos para a cúpula agendada entre Trump e o líder norte-coreano, Kim Jong-un. O encontro, marcado para 12 de junho em Cingapura, foi posto em dúvida depois que Trump a cancelou na semana passada em reação à "hostilidade" demonstrada por autoridades norte-coreanas.
Pyongyang tinha se incomodado e respondeu aos comentários de membros do governo americano, segundo os quais o processo de desnuclearização da Coreia do Norte poderia seguir o modelo da Líbia.
No entanto, logo depois do cancelamento, o próprio Trump voltou a sinalizar estar disposto a participar do encontro na data prevista ou posteriormente. Caso a cúpula seja confirmada, será a primeira reunião entre um presidente americano em exercício e um líder norte-coreano.
No ano passado, a tensão entre Pyongyang e Washington atingiu níveis inéditos desde o fim da Guerra da Coreia (1950 a 1953), devido aos sucessivos testes nucleares e de misseis balísticos realizados pela Coreia do Norte e à retórica bélica de Trump.
No entanto, desde o início do ano, Kim Jong-un tem procurado uma solução diplomática, tendo já afirmado a possibilidade de o país se desnuclearizar em troca de garantias de segurança dos EUA.
PV/lusa/efe/ap/rtr
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