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ComércioAlemanha

Alemães voltam a estocar papel higiênico

15 de outubro de 2020

Após alta no número de casos de covid-19 na Alemanha, redes de supermercado registram aumento nas vendas de alguns itens, como produtos de higiene e não perecíveis.

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Imagem mostra prateleiras vazias
Em março, no auge da pandemia, prateleiras ficaram vazias em vários supermercados da AlemanhaFoto: DW/M. Müller

Com o aumento no número de casos de covid-19 na Alemanha nas últimas semanas e a possibilidade de novas restrições, algumas redes de supermercado do país já começaram a registrar aumento na demanda por determinados produtos, como papel higiênico.

Em março e abril, no auge da pandemia na Europa, as chamadas Hamsterkäufe (compras de Hamster, na tradução literal) fizeram determinados itens desapareceram das prateleiras de supermercados. Muitas pessoas acumularam papel higiênico e produtos não perecíveis temendo um desabastecimento. A alta procura fez com que muitas lojas limitassem o número de pacotes de um mesmo produto por família. 

Agora, grandes redes de supermercado alemãs, como Aldi Süd e Lidl, disseram ter voltado a registrar um aumento nas vendas de certas mercadorias.

"Atualmente, estamos observando mais uma vez um ligeiro aumento na demanda por determinados produtos em nossas filiais, incluindo papel higiênico", afirmou a rede Aldi Süd à revista Wirtschaftswoche.

Markus Billstein, diretor-administrativo de um supermercado da rede Edeka em Wuppertal, na Renânia do Norte-Vestfália, também notou um aumento maciço na demanda por papel toalha, papel higiênico e alimentos não perecíveis, como macarrão e farinha.

Ao jornal local Wuppertaler Rundschau, Billstein disse que o mesmo está ocorrendo em outras lojas. Para ele, trata-se de um comportamento egoísta em relação aos outros clientes, que acabam se deparando com prateleiras vazias.

"Se todos os clientes comprarem normalmente, as cadeias de abastecimento serão mantidas. Não surgirão gargalos, e todos serão abastecidos suficientemente", garantiu.

A rede Lidl também observou mudança no consumo dos clientes, mas afirmou que não há motivo para pânico.

"Em algumas regiões e filiais estamos registrando pontualmente uma demanda ligeiramente maior na linha de higiene. No entanto, estamos bem preparados para uma mudança na situação, e poderemos reagir rapidamente para abastecer as filiais com mercadorias suficientes", disse a empresa.

Por outro lado, as redes de supermercado Rewe e Kaufland e a rede de drogarias DM disseram ainda não ter percebido um comportamento diferente por parte dos consumidores.

No início da pandemia, as vendas de papel higiênico em drogarias, supermercados e até no varejo dispararam na Alemanha. Na segunda semana de março, por exemplo, as vendas foram 135% maiores do que no mesmo período do ano passado, segundo dados da empresa de pesquisas de mercado IRI. Depois, a demanda caiu drasticamente antes de os números voltarem a se estabilizar, em julho.

Para o especialista em varejo Dominick Overbeck, da IRI, é possível que haja uma nova onda de Hamsterkäufe no país. Mas também pode ser que, com base na experiência da primeira onda, os consumidores não temam as lacunas de abastecimento e deixem de fazer grandes estoques.

Em maio, um estudo da companhia de análise de mercado Nielsen mostrou que 53% dos alemães entre 18 e 29 anos e 51% entre 30 e 39 anos admitiram ter comprado mais comida, papel higiênico e sabão durante a pandemia. Em comparação, apenas 19% dos maiores de 60 anos e 24% das pessoas na faixa dos 50 anos reforçaram seus estoques.

Nesta quinta-feira, a Alemanha registrou 6.638 novas infecções pelo coronavírus, maior número desde o começo da pandemia. 

LE/ots