Alemanices: Pagamento à vista, custe o que custar
12 de maio de 2017A dica para todo estrangeiro que viaja à Alemanha é sempre ter notas e moedas na carteira. Em alguns poucos estabelecimentos, incluindo restaurantes, nem o cartão de débito é aceito, e o pagamento pode ser feito apenas em cash.
Apesar de o EC-Karte ou Girokarte (cartão de débito) ser cada vez mais utilizado no país, o dinheiro vivo ainda é o método preferido de pagamento de 77,9% dos clientes na Alemanha. O uso do cartão de débito, vinculado à conta corrente, representa apenas 24,6% das compras no varejo, segundo um levantamento divulgado pelo instituto alemão de pesquisas sobre comércio EHI Retail, em abril.
Em 2001, um decreto que proibia a oferta de descontos e a pechincha na Alemanha foi extinto, mas a mentalidade do compre o que puder e quando puder se mantém entre os consumidores.
Parcelar compras em 12 ou 48 vezes e ainda pagar juros não é costume por aqui. E pechinchar nem sempre funciona. Na hora de comprar móveis e até um carro, o pagamento é geralmente à vista.
Ou se tem dinheiro na conta ou se espera para comprar. Se as economias não forem suficientes para um carro novo, paciência. O jeito será comprar um automóvel usado.
O uso do cartão de crédito responde por apenas 6,1% das compras no varejo. Poucos varejistas aceitam esse método de pagamento devido às altas taxas praticadas pelas administradoras de cartão.
O Kreditkarte é mais utilizado para compras pela internet. Mas outros serviços de pagamento online permitem descontar o dinheiro diretamente da conta corrente. Para ganhar desconto, há cartões de fidelidade em grandes lojas.
Os consumidores na Alemanha evitam contrair empréstimos e lidar com taxas. A exceção é para financiar os estudos ou moradia. A aquisição de uma casa é normalmente financiada pelo banco e pode durar uma vida. O pagamento é tão longo que pode caber às próximas gerações quitar o imóvel.
Na coluna Alemanices, publicada às sextas-feiras, Karina Gomes escreve crônicas sobre os hábitos alemães, com os quais ainda tenta se acostumar. A repórter da DW Brasil e DW África tem prêmios jornalísticos em direitos humanos e sustentabilidade e vive há três anos na Alemanha.