Alemanices: O poder do Glühwein
8 de dezembro de 2017É só dar um passo em direção às luzes das velas aromatizadas e das pequenas luminárias coloridas para ser fisgado pelo cheiro dos waffles, crepes, balas de ervas (Kräuterbonbons) e Lebkuchen, tradicional biscoito natalino com especiarias. A praça está lotada em volta do carrossel e tomada pelo encantamento do Natal alemão.
Cada barraquinha traz os detalhes da tradição dos mercados de Natal (Weihnachtsmärkte) na Alemanha. Dos quebra-nozes (Nussknacker) às castanhas assadas, das amêndoas caramelizadas aos chocolates em formato de ferramentas e ao bolo natalino Stollen, todos os cantos do mercado convidam os visitantes a experimentar cada cheiro e cada sabor dessa tradição de mais de 600 anos.
Mas nada tem mais poder para fazer as pessoas saírem de casa – apesar do vento, da neve ou de temperaturas negativas – que o Glühwein, o vinho quente alemão. Andar no mercado de Natal sem a canequinha típica chega a ser um ultraje. O Glühwein aquece as conversas, mantém todos animados e compete com os outros aromas do mercado.
É sempre preciso pagar um depósito (Pfand) pela caneca personalizada de cada barraca do mercado de Natal. As canequinhas são ilustradas e trazem o nome do mercado de Natal onde são vendidas, e algumas delas também o ano. Depois de tomar o Glühwein, basta encher a mesma caneca de novo ou devolver e recuperar o dinheiro do depósito.
A bebida de vinho tinto mais popular do mercado de Natal ganhou várias versões. Dá para matar a saudade da Itália tomando uma versão quente do Aperol ou, para variar, tomar um vinho quente branco (Weißer Glühwein). E para quem quiser provar um sabor mais doce, há a versão do vinho quente com cereja (Kirschglühwein).
Para quem não se preocupa com o dia de amanhã, vale a versão com Amaretto ou o Feuerzangenbowle (Glühwein com rum). Outra bebida alcoólica que também faz sucesso é o Eierpunsch (ponche de ovos, com licor de ovos, vinho branco e especiarias). As crianças não ficam de fora da tradição das canequinhas. Elas podem tomar o Kinderpunsch, ponche de maçãs e limão sem álcool.
Para acompanhar as bebidas, não faltam opções. Incontáveis tipos de salsichas, como Bratwurst e Krakauer, champignons cozidos, queijo raclette no pão e Flammkuchen, a pizza tradicional da Alsácia que é popular no oeste da Alemanha, são apenas algumas das delícias.
Na coluna Alemanices, publicada às sextas-feiras, Karina Gomes escreve crônicas sobre os hábitos alemães, com os quais ainda tenta se acostumar. A repórter da DW Brasil e DW África é mestre em direitos humanos e tem prêmios jornalísticos na área.
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