Alemanha terá primeira autobahn para bicicletas
1 de abril de 2016As autobahns alemãs são famosas por não terem limite de velocidade. Agora, autobahns para bicicletas deverão seguir o mesmo princípio. Seguindo os passos de outros países do norte da Europa, a Alemanha está construindo uma estrada exclusiva para bicicletas: a Radschnelweg Ruhr (via expressa para bicicletas do Ruhr), também conhecida como RS1.
O projeto prevê que, até 2020, a autobahn ciclística tenha 101 quilômetros de extensão, indo de Duisburg a Hamm, no oeste do país. A estrada deve conectar dez cidades e ter potencial para tirar 50 mil carros das ruas por dia, reduzindo as emissões de CO2 da Alemanha em 16,6 mil toneladas por ano.
Os primeiros 11 quilômetros já estão prontos, entre as cidades de Essen e Mülheim an der Ruhr. A construção recebeu fundos da União Europeia (UE), do estado da Renânia do Norte-Vestfália e da Associação Regional do Ruhr (RVR).
Por que uma rodovia?
De acordo com o ADFC, a associação de ciclistas do país, a Alemanha já tem cerca de 200 rotas de longa-distância para bicicletas, cobrindo mais de 70 mil quilômetros, além de ciclovias regionais menores. No entanto, a RS1 é diferente.
A exemplo das rodovias para carros, a autobahn para bicicletas terá superfícies planas e longos trechos em linha reta, sem cruzamentos, assim como iluminação e uma separação entre bicicletas e pedestres.
A via permitiria o deslocamento rápido e seguro por longas distâncias e também abriria o caminho para o uso de bicicletas elétricas, em substituição a carros.
"A RS1 será um elemento básico da mobilidade cotidiana", afirma Maria Wagener, chefe de desenvolvimento regional da RVR. A associação afirma que, ao usar bicicletas, os moradores da região do Ruhr poderão se deslocar entre as cidades em até metade do tempo hoje necessário.
O projeto é orçado em cerca de 2 milhões de euros por quilômetro – 184 milhões de euros no total. Bernard Meier, porta-voz da Secretaria de Transportes da Renânia do Norte-Vestfália, destaca o valor relativamente baixo quando comparado com autobahns para carros, que custam entre 15 milhões e 20 milhões de euros por quilômetro.
Diante da atual falta de recursos, está em discussão se o projeto vai de fato ser concluído. "Acreditamos que esse é um projeto realmente benéfico. E como ele já teve início, deveria continuar", defende Wagener.